O secretário adjunto da Receita, Marcelo Silva, confirmou
que o governo vai enviar uma proposta de criação da Contribuição sobre
Pagamentos (CP) para desonerar gradualmente a folha.
Segundo planilha
apresentada por ele, a alíquota do novo tributo será de 0,20% no débito e
crédito financeiro e de 0,40% no saque e depósito em dinheiro.
Durante palestra no Fórum Nacional Tributário, o secretário
antecipou alguns detalhes da proposta de reforma tributária.
Segundo ele, a
ideia é desonerar a folha de salários e o IOF e apresentar um Contribuição
sobre Bens e Serviços (CBS) que vai unificar PIS e Cofins com alíquota de 11%.
Serão mantidos os benefícios da Zona Franca de Manaus e do Simples.
“A ideia é colocar uma alíquota menorzinha em relação à alíquota grande que existe hoje”, disse. A ideia é desonerar a folha e o IOF ao longo do tempo e ir aumentando a alíquota da CP.
Segundo Marcelo Silva, o governo vai propor uma desoneração
parcial da folha. “Queremos testar tanto o IVA (CBS) e a Contribuição sobre
Pagamentos para, a partir desse teste inicial, o próprio Congresso decidir onde
a alíquota vai crescer mais, no IVA ou a CP”, disse.
A proposta, ressaltou, é começar com a unificação do PIS e
Cofins, que poderá ser testada para dar segurança aos Estados e municípios.
Segundo ele, a implementação do PIS/Cofins poderá ser feita por lei ordinária,
o que é mais simples de ser aprovada pelo Congresso.
“Em meados do primeiro
trimestre do ano que vem, já poderemos estar implantando essa nova contribuição
sobre valor agregado federal e já entregando simplicidade nesse governo”. Para
ele, essa seria uma forma de sair do debate federativo na reforma tributária.
No segundo momento é que haveria o envio de uma PEC para
unificação do IPI ao CBS. Dessa forma, disse Silva, o governo quer começar a
desonerar a folha de pagamentos no valor do custo de “um FGTS”.
Isso é o
equivalente a uma redução de 7% do custo da folha para as empresas.
O governo também prepara mudanças no Imposto de Renda,
segundo Silva, mas a discussão ainda está sendo finalizada pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes.
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