Além das campanhas nacionais de vacinação que ocorrem pelo
País, como a da gripe atualmente e a da febre amarela no ano passado, é
importante manter outras imunizações em dia. Cada fase da vida requer cuidados
específicos, e as vacinas fazem parte do cuidado com a saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,5 milhão de
mortes poderiam ser evitadas se a cobertura mundial de vacinação fosse
melhorada. Sabendo disso, o órgão lidera a Semana Mundial da Imunização, entre
os dias 24 e 30 de abril deste ano, que busca conscientizar a população sobre a
importância da vacina e das conquistas já alcançadas graças a essa revolução da
saúde.
Mas, diferente do que muitos podem pensar, não são apenas
crianças e idosos que precisam se vacinar. “A vacinação pode e deve estar presente
durante todas as fases da vida, da primeira infância à senilidade, e isso
inclui os adultos”, diz a médica ocupacional Sheila Homsani, diretora médica da
Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da farmacêutica Sanofi.
Cada fase da vacinação tem sua relevância para manter a proteção contra doenças que prejudicam a qualidade de vida dos indivíduos e podem até levar à morte. Conheça abaixo a importância da vacinação durante todas as fases da vida:
Recém-nascidos
Ao nascerem, os bebês ficam expostos a centenas de vírus e
bactérias e o sistema imunológico deles ainda é imaturo e frágil, o que os
deixa mais suscetíveis a doenças e infecções. Hepatite B, influenza e
poliomielite são algumas enfermidades graves que impactam a saúde dos
recém-nascidos e que podem ser prevenidas com vacinação.
“Em 1980, o Brasil tinha uma incidência de um caso de
poliomielite a cada cem mil indivíduos quando houve o primeiro dia nacional de
vacinação contra a doença. No ano seguinte, em 1981, a incidência passou a 0,1
caso em cem mil pessoas, uma queda extremamente significativa que mostra a
eficiência da iniciativa”, conta Sheila.
Infância
Nesta fase, é importante que crianças de até dez anos de
idade recebam o primeiro grupo de vacinas e as doses de reforço para evitar o
aparecimento de doenças. Devido à maior exposição na escola, onde acontece o
contato com um número maior de pessoas, e com o sistema imunológico ainda em
desenvolvimento, as crianças podem estar mais propensas a contrair infecções e
enfermidades. Difteria, coqueluche, tétano e influenza são algumas das doenças
que podem ser evitadas se as crianças forem vacinadas de acordo com o
calendário vacinal.
Adolescentes
Os adolescentes são o grupo com maior chance de ser afetado
pelo vírus meningococo, que provoca a meningite meningocócica. A doença pode
causar sequelas como perda de visão, audição e de membros e ser fatal. O reforço
da vacina ocorre, inclusive, entre os 11 e 14 anos e pode reduzir o risco de
transmissão da doença para outras pessoas não protegidas. É também nessa idade
que pode ser administrada a vacina contra o HPV, vírus que pode causar câncer
de colo do útero nas mulheres adultas.
Adultos
“Vacinar-se quando adulto não é muito comum e as pessoas nem
sabem que é necessário, mas algumas vacinas tendem a perder a eficácia ao longo
do tempo e exigem uma dose de reforço para continuar protegendo o indivíduo”,
afirma Sheila. Protegidos, os adultos podem evitar a transmissão de doenças a
seus familiares e colegas de trabalho. Outro ponto é que infecções tendem a
piorar o quadro clínico de doenças crônicas.
“Se um paciente com doença crônica, como doença
cardiovascular ou diabete, é infectado com alguma doença que pode ser prevenida
por vacina, ele pode ter seu quadro inicial agravado e uma descompensação ainda
maior na saúde”, alerta a especialista, que recomenda ainda mais atenção à
imunização nesses casos.
Gestantes também devem ficar atentas, uma vez que também são
mais suscetíveis a complicações por terem um sistema imunológico mais
deficiente do que outros indivíduos. Vacinas contra gripe, hepatite B e tétano
são indicadas na fase adulta, dependendo da condição vacinal de cada pessoa.
Idosos
As doenças podem causar mais complicações e até serem letais
em idosos, que possuem um organismo mais suscetível e debilitado do que as
outras faixas etárias. Considerados parte do grupo prioritário em campanhas
nacionais de vacinação, os idosos são, por exemplo, as principais vítimas da
influenza. Além disso, a vacinação desse grupo é estratégica para a saúde
pública, por permite aumentar a qualidade de vida dessa população. *Noticias ao
Minuto
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