É comum ver por aí a palavra depressão associada à fraqueza
ou falta de força de vontade. Mas isso está muito longe de ser verdade.
Depressão é doença e, em casos graves, pode levar à morte!
Qualquer um pode estar sujeito a desenvolver o transtorno
depressivo, uma vez que sua origem não está associada apenas a fatores
externos.
“A doença tem uma base neurobiológica, decorrente de um desequilíbrio
do funcionamento de alguns neurotransmissores no cérebro”, conta o Dr. Mario
Louzã, médico psiquiatra e Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da
Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
A boa notícia é que, nos últimos tempos, o tema depressão
tem ganhado muito espaço no debate público. Uma razão para isso estar
acontecendo é o fato de várias celebridades, como a atriz Sophie Turner e a
cantora Ariana Grande, terem revelado sofrer com o transtorno.
Essas declarações têm sido muito importantes para
desestigmatizar a doença, que já atinge cerca de 120 milhões de pessoas ao
redor mundo, sendo 17 milhões apenas no Brasil, e alertar sobre os seus riscos.
Conhecer a doença e saber identificar os sintomas são passos importantíssimos
para começar o tratamento logo, o que reduz as taxas de mortalidade pela
depressão.
Mas o que é
depressão?
A depressão é um transtorno mental caracterizado por uma
série de sintomas contínuos (veja abaixo). Suas causas estão relacionadas a
eventos externos, que podem ter grande impacto emocional e psicológico, mas
principalmente a problemas com os neurotransmissores cerebrais.
Quais são os
sintomas?
“A depressão pode se manifestar de formas diferentes em cada
indivíduo”, diz Louzã. Mas, em geral, ela é caracterizada por uma sensação de
tristeza profunda, perda de interesse nas atividades diárias, pensamentos
negativos, que podem ir desde baixa autoestima e sentimento de culpa até ideias
autodestrutivas.
Também são frequentes a diminuição da libido, apatia e a
fadiga excessiva.
As principais diferenças entre cada caso estão relacionadas
aos hábitos de sono e de alimentação. “Enquanto algumas pessoas têm insônia,
outras dormem mais do que o habitual. Pode haver aumento no consumo de
alimentos como forma de aliviar a ansiedade, mas a perda de apetite é mais
comum”, enumera Louzã.
Tristeza ou
depressão?
Enquanto a tristeza normal tende a desaparecer com o tempo
ou após a solução do problema que causa a angústia, a depressão é duradoura e
muito mais intensa, pois vem acompanhada de vários outros sintomas.
Qualquer um pode ter
depressão?
Não há um padrão de pessoas que sofrem de depressão,
qualquer indivíduo pode desenvolver a doença.
A maneira como ela irá se manifestar, no entanto, varia de pessoa pra
pessoa.
“Depende de fatores como genética, hereditariedade e
aspectos externos (estresse, problemas financeiros, entre outros)”, lista
Louzã. Por isso, existem pessoas que são muito mais vulneráveis do que outras.
E, em muitos casos, o estopim para a depressão são mudanças bruscas na rotina ou
qualquer acontecimento ruim.
Depressão pode levar
à morte?
Sim! Nos casos mais graves, a depressão pode representar
sérios riscos à vida do paciente. Além de tentativas de suicídio, há outros
fatores bastante perigosos. “Com a falta de alimentação, obviamente, haverá
danos à saúde, como anemia”, exemplifica o dr. Louzã.
A privação de sono também pode causar uma série de
problemas.
Todo mundo que tem
depressão pensa em suicídio?
Os pensamentos e tentativas de suicídio são sinais de um
quadro mais grave de depressão e costumam acontecer quando ela não é tratada.
Mas nem todo paciente diagnosticado com o transtorno é um
potencial suicida.
Como procurar ajuda?
Se você está apresentando alguns desses sintomas, é
fundamental procurar ajuda médica. Marque uma consulta com um psicólogo ou
psiquiatra o mais rápido possível! esses profissionais saberão exatamente como
proceder e te ajudar, indicando os melhores tratamentos. Confie neles!
E se você conhece alguém que sofra de depressão, ofereça seu
apoio e incentive a pessoa a ir atrás do atendimento médico. (M de Mulher)
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