A Polícia Federal realiza nesta terça-feira (6) duas
operações para prender 13 pessoas suspeitas de fraudes a licitações e desvio de
recursos públicos que atuavam em diversos municípios da região Sul da Bahia.
De acordo com a PF, as Operações Sombra e Escuridão e Elymas
Magus estão cumprindo 13 mandados de prisão preventiva e 50 mandados de busca
em diversas cidades baianas, dentre as quais Aurelino Leal, Camamu,
Ibirapitanga, Igrapiúna, Ilhéus, Itagibá, Itabela, Itabuna, Ituberá, Santo Antônio
de Jesus, Ubaitaba e Ubatã.
Cerca de 115 policiais federais e mais 24 auditores
da Controladoria Geral da União participam da ação.
As investigações referentes à Operação Sombra e Escuridão
tiveram início há pouco mais de um ano, a partir de suspeitas envolvendo os
sócios de duas empresas sediadas em Igrapiúna, que apesar de terem contratos de
obras, locação de veículos e transporte escolar, eram também beneficiários do
programa Bolsa Família, do Governo Federal.
Novos gestores que assumiram os
municípios em janeiro de 2017 não estão sendo investigados. Através dos levantamentos realizados com o apoio do Tribunal
de Contas dos Municípios do Estado da Bahia – TCM/BA e também da Controladoria
Geral da União – CGU, segundo a PF, foi possível comprovar que essas empresas
não possuíam a mínima capacidade para a execução dos serviços e obras
contratadas, os quais eram terceirizados mediante a cobrança de um percentual
sobre o valor pago pelas prefeituras.
Foi possível identificar, segundo a apuração da PF, também,
que uma outra organização criminosa, com liderança e integrantes diversos, agia
em conluio com a primeira, para, da mesma forma, fraudar licitações em
prefeituras do interior do Estado.
Essa descoberta deu origem à segunda operação, Elymas Magus,
na qual se verificou que essa outra organização atuava de forma a “tumultuar”
os processos licitatórios, ora participando dos certames para exigir propina
das empresas concorrentes para que desistisse, ora fazendo ajustes prévios e
combinações para vencer as licitações e posteriormente abandonar os contratos.
Conforme apurado pela CGU, os valores repassados pelas
prefeituras às empresas investigadas entre 2015 e 2017 chegam a R$ 34 milhões.
Os investigados - que não tiveram os nomes revelados - responderão pelos crimes
participação em organização criminosa, fraude a licitação, falsidade
ideológica, corrupção passiva e corrupção ativa.
A Operação Sombra e Escuridão foi assim batizada em uma
alusão aos leões de Tsavo, os quais teriam aterrorizado os operários de uma
ferrovia que estava sendo construída na região de mesmo nome, no Quênia,
atrasando sobremaneira a conclusão da obra e, por conseguinte, o
desenvolvimento de toda a região. Elymas Magus, por sua vez, significa
“feiticeiro” em latim e foi escolhido porque o líder da organização criminosa
agia como um ilusionista, fraudando licitações e tumultuando os processos com a
utilização de pelo menos dez empresas.
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