Nesta quarta-feira, 10 de outubro, é celebrado o Dia
Internacional da Saúde Mental e o alto número de relatos envolvendo transtornos
preocupa. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a
quantidade de casos de depressão cresceu 18% em dez anos.
Até 2020, esta será a
doença mais incapacitante do planeta, na previsão da Organização Mundial da
Saúde. "Globalmente, apenas metade daqueles que precisam de
tratamento psiquiátrico recebem ajuda", afirma Nadège Herdy, psiquiatra da
Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo. Quadros depressivos são as principais
causas de suicídio no mundo.
O Brasil é campeão de casos de depressão na América Latina.
Quase 6% da população, um total de 11,5 milhões de pessoas, sofrem com a
doença, segundo dados da OMS. Mas Nadège Herdy alerta para o aumento do número
de registros de Transtornos de Ansiedade.
"Os mais comuns são os
transtornos de ansiedade generalizada e síndrome do pânico. Em 2015, 18,6
milhões de pessoas sofriam com transtorno de ansiedade no Brasil".
Se perguntarmos por aí se as pessoas são ansiosas, a maioria
dirá que sim. Porém, para ter o diagnóstico de alguns transtornos de ansiedade
não é tão simples. O DSM-V --Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais-- aponta 12 tipos de patologias relacionadas à ansiedade.
Sintomas
No geral, alguns sintomas merecem atenção: sentir medo ou
receio, em excesso, de situações que ainda não aconteceram, alterações do sono,
tensão muscular, medo de falar em público, medo de lugares fechados ou com
grandes aglomerações, inquietações constantes, pensamentos obsessivos e
comportamentos compulsivos.
O ideal, em casos assim, é buscar ajuda de um
psicoterapeuta. O psicólogo irá fazer uma série de perguntas sobre seu estado
físico e emocional. Na terapia, você terá a oportunidade de falar mais sobre as
situações que lhe causam ansiedade, sem julgamentos. Em alguns casos, o
psicólogo pode recomendar que você procure um psiquiatra, que irá receitar uma
medicação específica para baixar a ansiedade.
A resistência em procurar ajuda em saúde mental pode ser
explicada, em parte, pelo preconceito contra as pessoas que têm transtornos. A
psicofobia carrega uma herança de séculos de discriminação contra os doentes
mentais ao longo da história. Acreditava-se que eles eram "bruxos" ou
"possuídos por demônios".
Atualmente, Psicologia e Psiquiatria trabalham juntas para
desmistificar todas essas questões. "O preconceito, que gera estigma, pode
ser combatido com conhecimento. Melhorar o conhecimento gera desmistificação de
falsas crenças e estereótipos, fornecendo dados reais acerca da doença e de
quem sofre dela. Afinal, as doenças mentais são tratáveis e muitos pacientes se
recuperam", finaliza Nadège Herdy. * Estadão
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