Pai e filho, de 65 e 40 anos foram presos em flagrante em
Salvador, ao tentar abrir uma conta para receber R$ 28,8 bilhões referentes a
Títulos do Tesouro Nacional (TTNs).
Eles já tinham tentado, sem sucesso, sacar
a quantia em outros estados do país, segundo informou a Polícia Civil nesta quarta-feira
(29). Conforme a polícia, os suspeitos resolveram fazer mais uma tentativa,
desta vez na Bahia, na expectativa de não serem descobertos.
A dupla de empresários, que é de São Paulo, foi flagrada em
uma agência do Banco do Brasil na Avenida Manoel Dias, no bairro da Pituba. O
gerente da agência desconfiou da quantia a ser recebida e da autenticidade dos
documentos apresentados pelos suspeitos e acionou a polícia.
Outros dois empresários baianos e de São Paulo também
estavam no mesmo local com a dupla, mas a polícia ainda não sabe informar se
são vítimas ou se fazem parte do grupo criminoso. Os empresários não tiveram
nomes divulgados.
Segundo a polícia, em depoimento à delegada Maria Selma, o
gerente do banco disse que Antônio Neto e Antônio Filho foram à agência para
abrir uma conta corrente para receber o depósito de R$ 28,8 bilhões referentes
às TTNs que tinham em mãos.
Como os documentos de propriedade dos títulos que
apresentaram eram incompatíveis tanto em relação aos valores, quanto em relação
aos modelos normalmente usados nessas transações, o gerente, então, decidiu
denunciá-los. A identidade do gerente não foi divulgada pela polícia.
Os dois suspeitos, segundo a polícia, são proprietários da
empresa New Ápice Empreendimentos e Participações Ltda, com sede em Alphavile,
em Barueri, estado de São Paulo. Eles disseram à delegada, no entanto, que tudo
não passava de um grande mal entendido, pois, segundo eles, as TTNs que tinham
em mãos são legítimas.
A delegada informou, no entanto, que pesquisou sobre a New
Ápice e descobriu que a empresa atua no ramo de desenvolvimento e licenciamento
de programas de computadores não customizáveis, e não em corretagem de valores,
o que sugeriria alguém que porta títulos no valor de bilhões.
“Apreendemos vários documentos e, entre eles, há a presença
de folhas de contratos de outros bancos e boletos também. Vamos investigar a
fundo o que eles pretendiam”, disse a delegada.
A delegada ainda informou que iniciou a coleta de
depoimentos dos empresários que acompanhavam a dupla para saber qual era o
papel deles. “Não os mantive presos porque não foi constatada nenhuma prova
contra eles. Mas, com certeza, serão investigados”, destacou Maria Selma. //G1
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