Das 40 empresas investigadas na Operação Carne Fraca, todas
burlavam a regulamentação quanto à fabricação de alimentos.
Em coletiva na
manhã desta sexta-feira (17), a Polícia Federal (PF) revelou que essas empresas
faziam uso de substâncias inadequadas, como a salmonela, para melhorar a
aparência dos alimentos vencidos. "Eles usavam ácidos e outros produtos
químicos para poder maquiar o aspecto físico do alimento.
Usam determinados
produtos cancerígenos em alguns casos para poder maquiar características físicas
do produto estragado, o cheiro", afirmou o delegado federal Maurício
Moscardi Grillo, acrescentando que as empresas não demonstravam qualquer zelo
pela qualidade do alimento fabricado.
Os envolvidos no esquema eram
membros do mais alto escalão das empresas. No caso da BRF, que controla marcas,
como a Sadia e Perdigão, três executivos foram alvo de mandados e um deles foi
conduzido coercitivamente para prestar depoimento na sede da PF, em Curitiba.
Já na JBS, que engloba Friboi, Seara, Swift e outras marcas, dois executivos
foram alvo de mandados, um deles de prisão preventiva.
No âmbito do serviço
público, 34 funcionários são investigados, sendo cerca de 20 deles alvo de
prisão. Grillo conta que a investigação teve início em fevereiro ou março de
2015 depois que um fiscal do Ministério da Agricultura denunciou o esquema.
Até
o momento, a investigação aponta que parte da propina que circulava era
destinada a membros do PMDB e PP. Maior operação já realizada pelo país, a
Carne Fraca conta com 311 mandados judiciais e 195 equipes formadas pela PF
para colaborar.
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