Os primeiros sinais de alerta podem ter sido ignorados nos
casos de uma em cada seis pessoas que morreram de ataque cardíaco em hospitais
ingleses, aponta um estudo.
Todos os ataques cardíacos e mortes entre 2006 e
2010 foram analisados pelos cientistas. Pesquisadores do Imperial College de
Londres descobriram que 16% das pessoas que morreram tinham sido internadas nos
28 dias anteriores.
Alguns tinham sinais de alerta como dor no peito. Diante
desses resultados, os autores do estudo dizem que mais pesquisas são
"urgentemente necessárias".
"Médicos são muito bons em tratar ataques
cardíacos quando eles são a principal causa, mas não tratamos muito bem ataques
cardíacos secundários ou sinais sutis que podem apontar para um ataque cardíaco
que termine em morte num futuro próximo", disse o médico e autor principal
do estudo, Perviz Asaria.
Os autores do relatório dizem que sintomas como desmaio,
falta de ar e dor no peito ficaram aparentes até um mês antes da morte em
alguns pacientes. Mas eles apontam que médicos podem não ter ficado em alerta
para a possibilidade de que esses eram sinais da aproximação de um ataque
cardíaco fatal porque não havia danos claros no coração na época.
"Nós ainda não podemos dizer por que esses sinais estão
sendo descartados, razão pela qual uma pesquisa mais detalhada deve ser
conduzida para recomendar mudanças nesse sentido", disse o professor Majid
Ezzati, que também trabalhou no estudo. "Isso pode incluir orientações
atualizadas para profissionais de saúde, mudanças na cultura das clínicas ou
permitir que os médicos tenham mais tempo para examinar os pacientes e olhar
seus registros anteriores."
Para Jeremy Pearson, diretor médico associado ao Instituto
Britânico do Coração, os números são importantes. "Essa falha na detecção
de sinais de alerta é preocupante. E esses resultados devem levar os médicos a
serem mais vigilantes, reduzindo a chance dos sintomas se perderem e, em última
análise, a salvar mais vidas." Um porta-voz do Royal College of Physicians
disse que o tratamento contra ataques cardíacos é uma das histórias de sucesso
da medicina moderna, "mas esse estudo é um lembrete importante de que
ainda existem áreas que podemos melhorar".
"Embora muitos ataques apresentem a clássica dor no
peito em pessoas que fumam e têm outros fatores de risco para doenças
cardíacas, muitos ataques cardíacos não se manifestam desta forma."
"O desafio é diagnosticar com precisão e rapidez todos
esses pacientes para que possam ser oferecidos melhores cuidados. A educação da
sociedade, dos médicos de família, paramédicos e dos médicos de emergência é
essencial se quisermos melhorar ainda mais o atendimento que oferecemos aos
pacientes que têm um ataque cardíaco."
Os registros mostraram se a pessoa tinha dado entrada no hospital
nas últimas quatro semanas e se os sinais de um ataque cardíaco foram
registrados como a principal razão para a admissão hospitalar, uma razão secundária
ou se não houve registro.
Sintomas de ataque cardíaco
Dor torácica - sensação de pressão ou aperto no centro do
peito
Dor em outras partes do corpo - pode ser sentida como se a
dor estivesse viajando do peito para os braços (geralmente o braço esquerdo é
afetado, mas pode atingir os dois), mandíbula, pescoço, costas e abdômen
Sensação de tontura
Transpiração
Falta de ar
Sentir-se enjoado (náuseas) ou vomitar
Sensação extrema de ansiedade (semelhante a um ataque de
pânico)
Tosse ou chiado
Embora a dor no peito é frequentemente grave, algumas
pessoas têm apenas uma dor menor, semelhante a uma indigestão. Em alguns casos,
pode não haver qualquer dor no peito, principalmente em mulheres, idosos e
pessoas com diabetes. *Fonte: NHS (sistema de saúde britânico
Nenhum comentário:
Postar um comentário