Força-tarefa formada pela Polícia Federal, Receita Federal,
Controladoria Geral da União e Ministério Público Federal deflagra na manhã de
hoje, 12, a Operação Mato Cerrado, visando apurar desvios de recursos públicos
oriundos da Prefeitura de Caatiba, na região Sudoeste.
Cerca de 70 Policiais Federais, 22 Servidores da Receita
Federal e 11 Auditores da CGU cumprem 22 mandados de busca nos municípios de
Vitória da Conquista, Caatiba, Planalto e Salvador.
Durante as investigações
foram identificadas irregularidades nos procedimentos licitatórios para a
contratação de cooperativas nas áreas de transporte escolar, saúde e logística,
as quais teriam sido criadas apenas no papel e com características distintas
das previstas na legislação relativa a esse tipo de entidade.
Descaracterização das cooperativas Cooperativas são entidades que têm como
finalidade a reunião de profissionais com habilidades semelhantes, para
viabilizar o exercício de seus associados, otimizando a prestação de serviço e
reduzindo custos. Atendidos os requisitos legais, como não estabelecer
vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados
ou terceiros, não há incidência de tributos, como Imposto de Renda ou
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), no resultado positivo de suas
atividades, o que acaba estimulando o uso desse tipo de entidade para fins
ilícitos.
A utilização fraudulenta das cooperativas permitia ao grupo usufruir
de tratamento tributário diferenciado indevido, e a descaracterização dessas
entidades pode levar a autuações por parte da Receita Federal de mais de R$ 40
milhões. Os envolvidos devem responder pelos crimes de responsabilidade de
prefeitos (Art. 1º, I do Decreto-Lei 201/67), fraude em licitação (Art. 90, da
Lei 8.666/67), organização criminosa (Art. 2º da Lei 12.850/13), além de ato de
improbidade (Lei nº 8.429/1992).
Informações: Blog do Rodrigo Ferraz
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