Os remédios devem subir 5,6% a partir de abril, segundo
estimativa do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos). O
reajuste é feito uma vez por ano e será definido pela CMED (Câmara de Regulação
do Mercado de Medicamentos) nesta sexta-feira (31).
O aumento entra em vigor após a publicação no Diário Oficial
da União (DOU), o que deve ocorrer em 3 de abril. Porém, ele não será
necessariamente imediato, pois depende de cada farmácia e indústria
farmacêutica.
“Normalmente a farmacêutica demora dez dias. Já as farmácias
dependem do estoque e da estratégia comercial que elas têm. Aumentos de preço
podem demorar meses ou nem acontecer”, destaca o presidente-executivo do
Sindusfarma, Nelson Mussolini, que recomenda o consumidor a pesquisar os
preços. No ano passado, o aumento autorizado foi de 10,89%, o segundo maior
desde 2012.
O reajuste é estabelecido basicamente pelo IPCA (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que foi de 5,6% entre março de 2022 e
fevereiro de 2023. Além do índice, a CMED leva em consideração fatores como
concorrência, produtividade e aumento de produtos que não entram no cálculo do
IPCA.
Em sete estados do país, esta será a segunda vez que os medicamentos sobem de preço neste ano. Em março, houve reajuste na Bahia, Piauí, Paraná, Pará, Sergipe, Amazonas e Roraima em virtude da elevação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
De acordo com o Sindusfarma, a expectativa é que o reajuste
não tenha níveis diferentes. “Como o fator de produtividade foi zero, o aumento
deve ser linear neste ano. Porém não quer dizer que todo medicamento subirá
5,6%. Se há um remédio com muita concorrência de genéricos, a indústria costuma
subir o mínimo possível”, explica Mussolini.
Até 2021, havia três níveis de aumento dependendo do número de concorrentes: quanto mais opções, maior era o limite. Na prática, a medida deve prejudicar o consumidor, uma vez que os diferentes níveis eram uma forma de segurar a alta de preços de certos tipos de remédios.
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