O presidente Jair Bolsonaro demitiu o terceiro presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, com pouco mais de 40 dias no cargo.
A saída de
Coelho foi antecipada pelo Estadão no dia 13 de maio, assim como a preferência
por Caio Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização do
Ministério da Economia para substituí-lo, o que foi formalizado nesta
segunda-feira, 23.
A troca de comando do Ministério de Minas e Energia, com a escolha de Adolfo Sachsida para substituir Bento Albuquerque, levou a mudanças na diretoria estatal.
Bento foi demitido após a Petrobras ter aumentado o preço
do diesel dias depois de o presidente pedir ao ex-ministro e a Coelho que não
aumentassem o preço durante uma transmissão nas redes sociais.
Ao escolher Sachsida, ex-secretário do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro cobrou mudanças na postura da empresa.
O presidente não se conforma que a petroleira tenha um lucro bilionário e não possa dar uma “trégua” nos reajustes durante a guerra da Rússia com a Ucrânia, período de alta volatilidade dos preços internacionais. Bolsonaro quer que as movimentações sejam feitas em espaço de tempo maior.
Coelho é o terceiro presidente da Petrobras a ser demitido
no governo Bolsonaro e foi escolha de Bento depois que dois nomes foram
descartados – Adriano Pires e Rodolfo Landim – por conflitos de interesse com a
indústria de óleo e gás. Foi Bento que fez a negociação e bancou o nome de
Coelho depois de barrar a indicação de Caio Paes de Andrade.
Com o preço alto dos combustíveis e de energia elétrica
ameaçando sua reeleição, Bolsonaro vem demonstrando insatisfação em relação à
gestão de Coelho à frente da Petrobras. Neste mês, disse que que a petroleira
está “gordíssima, obesa”, em referência ao lucro da estatal de R$ 44,56 bilhões
no primeiro trimestre do ano. “Petrobras, você é Brasil! Ou quem está aí dentro
não pensa no seu país? O povo está sofrendo bastante com o preço do
combustível”, disse Bolsonaro a jornalistas após discursar em uma feira
agropecuária em Maringá (PR).
A União é o maior acionista da empresa, ou seja, recebe a maior parte dos dividendos da estatal, que vão direto para o caixa do governo. A governança da estatal tem sido uma barreira a impedir uma mudança na política de reajustes de paridade internacional.
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