O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), prorrogou por mais 90 dias o inquérito que apura se Jair Bolsonaro (sem
partido) teria tentado interferir na Polícia Federal para beneficiar aliados e
familiares. As acusações partiram do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das
investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos
no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a
partir do encerramento do prazo final anterior (27 de outubro), o presente
inquérito”, diz Moraes em despacho.
É quarta vez que a apuração contra Bolsonaro é prorrogada. A
última prorrogação aconteceu no dia 20 de julho deste ano. O novo adiamento
vale a partir de 27 de outubro, quando se encerraria o prazo do inquérito.
Na semana passada, Moraes determinou o prazo de 30 dias para a Polícia Federal ouvir o depoimento do presidente Jair Bolsonaro. A decisão ocorreu após Bolsonaro informar ao STF, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), que aceita realizar a oitiva de forma presencial.
A investigação foi aberta em maio ano passado, após o
ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmar que o presidente
agiu para interferir na Polícia Federal, com pressão para alterações na
composição da corporação.
O ex-juiz da Lava Jato deixou o governo na mesma época, após
pressão do Palácio do Planalto para substituir o então diretor-geral da
corporação, Maurício Valeixo, pelo diretor da Abin, Alexandre Ramagem — nome próximo
da família presidencial.
Moraes assumiu a relatoria do caso no ano passado, quando o então relator, Celso de Mello, se aposentou e deixou a corte. (A Tarde)
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