Por 7 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (7) manter a proibição de showmícios durante as campanhas eleitorais.
No entanto, a Corte liberou a realização de apresentações
artísticas internas para arrecadação de recursos. O novo entendimento vai valer
para as campanhas de 2022.
O Supremo julgou uma ação protocolada em 2018 por três partidos. Na ação, PSB, PSOL e PT questionaram a constitucionalidade do trecho da Lei 11.300 de 2006 que proibia as apresentações artísticas, remuneradas ou não, para promoção de candidatos em comícios e reuniões eleitorais.
A norma
alterou a Lei 9.504 de 1997 (Lei das Eleições). As legendas sustentaram que a
proibição é incompatível com a garantia constitucional da liberdade de
expressão.
No julgamento, que foi iniciado ontem (6), prevaleceu o voto proferido pelo relator, ministro Dias Toffoli, para quem os showmícios devem continuar proibidos, mas eventos partidários com finalidade arrecadatória podem ser realizados, por tratar-se de modalidade de doação de pessoas físicas, permitidas legalmente.
Além do relator, votaram no mesmo sentido os ministros
Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Rosa Weber, Cármen
Lúcia e Ricardo Lewandowski.
O ministro Gilmar Mendes votou contra a realização dos
showmícios e dos eventos de arrecadação e alertou que a medida poderá provocar
fraudes, como aluguel de CPFs de pessoas físicas para justificar as
contribuições e dificuldades para fiscalizar o cumprimento do teto de 10% dos
rendimentos brutos para doações pessoas físicas e a proibição de contribuição
de empresas.
“Esses eventos de arrecadação não serão chás da tarde, mas
eventos midiáticos, um meio propício para lavagem de capitais, seja de dinheiro
não declarado, seja de propina acertada com os próprios políticos, uma espécie
de cashback do crime, embalado musicalmente”, afirmou.
O presidente do STF Luiz Fux e Nunes Marques também votaram no mesmo sentido. (Fonte: Bahia.ba)
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