O risco de uma morte era iminente. Dias depois de apontar um
revólver para um menino durante uma brincadeira, uma adolescente de 13 anos
acabou matando, com a mesma arma, a amiga, Darilane Lívia de Almeida Cunha,
também de 13 anos, na noite deste sábado (7), no bairro do Garcia, em Salvador.
Darilane, segundo relatou sua família ao CORREIO, foi
baleada na cabeça durante um jogo de azar conhecido como roleta russa –
operação que consiste em deixar uma só bala no tambor de um revólver, fazê-lo
girar, apontar o cano da arma para si ou para alguém.
A arma usada, um revólver calibre 38 niquelado, pertencente
ao pai da menina autora do disparo, um policial militar reformado, que não teve
o nome divulgado. O pai teria prestado depoimento na mesma noite do crime no
Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), e teria tido o revólver
apreendido.
De acordo com a avó da menina morta, Maria das Graças Santos
da Costa, 55 anos, há pouco menos de uma semana, o primo de Darilane teve a
mesma arma aponta para si. “Ele só nos contou agora, com a morte da prima. Ele
disse que a filha do policial apontou o revólver pra ele e disse: ‘cadê você?
Você não disse que era valente?’. Mas ele encarou como uma brincadeira. E isso
é brincadeira? Como é que um pai deixa uma arma em local de fácil acesso? Era
uma tragédia anunciada”, desabafou.
O corpo de Darilane ainda se encontra no Instituto Médico
Legal Nina Rodrigues (IMLNR). Como a adolescente não tinha certidão de
nascimento, a identificação do corpo será através da análise das impressões
digitais, segundo os parentes. Por conta disso, não há previsão para a data do
enterro.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) foi
procurada e confirmou que o pai da menina prestou depoimento neste sábado (08).
Em nota, a Polícia Civil informa que a 3ª Delegacia de
Homicídios (DH-BTS) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),
investiga a morte da menina por disparo de arma de fogo, no bairro do Garcia,
na noite de sábado (8). “Até o momento, a apuração tem o indicativo de que o
disparo foi acidental, efetuado por uma adolescente, filha de um policial
militar da reserva. Ele foi ouvido no DHPP e demais providências de Polícia
Judiciária estão sendo tomadas”, afirmou a Polícia Civil. * CORREIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário