Apesar de insistir na tese de que a presidente Dilma
Rousseff (PT) não cometeu crime de responsabilidade fiscal, o senador Otto
Alencar (PSD-BA) admite que seu previsível afastamento do governo se
consolidará graças à trajetória de isolamento político nos últimos anos.
“Ela não cometeu crime. O problema é a conjuntura atual que
está levando a esse descrédito do governo. A presidente vai ser afastada por
problemas administrativos, isolamento muito grande”, avaliou, em conversa com o
apresentador Mário Kertész, na rádio Metrópole FM, nesta segunda-feira (2).
Otto considerou disse que a presidente demorou a mexer no
tabuleiro do Palácio do Planalto para contornar os conflitos. “Quando Jaques
Wagner chegou na Casa Civil encontrou um passivo político e administrativo
quase que insolúvel para resolver.
Negou, porém, que esteja articulando espaço em seu eventual
governo, apesar da interlocução do mandatário pessedista, Gilberto Kassab, nas
conversas de Temer com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meireles
(filiado ao PSD), cotado para o Ministério da Fazenda.
Otto afirmou que “Kassab não teve controle da bancada na
votação na Câmara” e apenas oito dos 38 deputados do PSD votaram contra o
impeachment. No Senado o partido também não fechará questão sobre o tema.
Hoje ele é o único senador do bloco PP-PSD contrário ao
afastamento de Dilma. Ele conta que semanas antes da votação na Câmara eram
oito senadores contra e dois a favor do impeachment, mas depois da aprovação da
admissibilidade do processo o cenário mudou completamente. “É uma mudança com
uma perspectiva de poder”, afirmou.
Informações: Bocão News
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