O principal alvo da operação ‘El Patron’, deflagrada nesta quinta-feira (7) pela Polícia Federal (PF) contra um grupo miliciano com atuação em Feira de Santana, é o deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (Patriota).
O parlamentar, que também é
empresário, é suspeito de integrar um grupo criminoso que virou alvo de
mandados de prisão preventiva e de mandados de busca e apreensão.
Seis pessoas foram presas preventivamente e cumpridos 35
mandados de busca e apreensão, incluindo a casa e fazendas do deputado. Ele e
mais 14 pessoas foram denunciadas pelo MP, entre elas policiais militares.
Foram apreendidos documentos, pasta de cocaína, armas e munições.
Foram denunciados Kléber Cristian Escolano de Almeida,
Thierre Figueiredo Silva, Nilma Carvalho Pereira, Ruan Pablo Pereira Carvalho,
Alexandre Pereira dos Santos, Washington Martins Silva, Mayana Cerqueira da
Silva, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, Jorge Vinícius de Souza
Santana Piano, Jackson Macedo Araújo Júnior, Vagney dos Santos Aquino,
Josenilson Souza da Conceição, Roque de Jesus Carvalho, Bruno Borges França e
Kleber Herculano de Jesus. Os seis últimos foram presos nesta manhã.
O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) detalhou a função do deputado no grupo que virou alvo de investigação da PF.
“O parlamentar é apontado como líder de grupo miliciano que atua na região de Feira de Santana, acusado por crimes de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada”, escreve o órgão, que ainda informou que a casa e as fazendas do deputado estão entre os alvos dos mandados cumpridos na operação.Binho recebeu 49.834 votos nas Eleições de 2022 para ocupar
uma das cadeiras na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), sendo que só em
Feira de Santana, seu principal reduto eleitoral, o deputado contabilizou
32.980 votantes a seu favor. O número representa 10,40% dos votos da cidade. O
deputado foi procurado para responder sobre a operação e a reportagem aguarda
retorno.
Segundo a PF, além dos mandados cumpridos contra o grupo,
houve também o bloqueio de mais de R$ 700 milhões das contas bancárias dos
investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da
suspensão de atividades econômicas de seis empresas. A Receita Federal também
participa da investigação e informou em nota como o grupo virou alvo da
operação.
“A investigação teve início após recebimento de ofício
encaminhado pelo Ministério Público do Estado da Bahia, relatando graves
ilícitos penais que estariam sendo perpetrados na Princesinha do Sertão. Com o
aprofundamento das diligências, colheu-se elementos probatórios que revelaram a
participação dos indiciados num grupo miliciano e evidenciaram parte de sua
estrutura, inclusive o seu poderio econômico”, escreve a Receita.
Ao todo, 15 auditores fiscais e seis analistas tributários estão envolvidos nas investigações. Relatórios produzidos pela Receita apontam inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, além de propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.
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