Apesar de ter sido revogado por Jair Bolsonaro, o horário de
verão – ou a falta dele – agitou as redes sociais na madrugada deste domingo
(20). No Twitter, centenas de usuários relataram que os celulares adiantaram
automaticamente em 1 hora e questionaram o horário certo.
O problema já era previsto. Na última sexta-feira, o Google
havia publicado um anúncio oficial em seu blog recomendando que usuários de
Android no Brasil alterassem as configurações automáticas de data e hora; saiba
como fazer isso.
O SindiTelebrasil, que representa as operadoras de
telefonia, informou que “as empresas realizaram testes na rede e não foram
identificados problemas na alteração de horário”. “Vale ressaltar que há
alterações que não ocorrem na rede das operadoras, e sim em aplicativos externos
instalados nos aparelhos.”
Na sexta-feira, a entidade havia informado que as operadoras “desprogramaram a alteração do horário de verão em suas plataformas, de acordo com o novo decreto presidencial”.
O objetivo por trás da origem do horário de verão é
aproveitar os dias mais longos para obter um melhor aproveitamento da
iluminação natural, poupando recursos da matriz energética e reduzindo os
riscos de apagões, principalmente no horário entre 18h e 21h, quando as
lâmpadas dos espaços públicos são ligadas, boa parte da população chega em casa
e parte do comércio, escritórios e indústria continua ativa.
Mas, nos últimos anos, mudou o padrão de consumo do país.
Lâmpadas incandescentes foram substituídas por lâmpadas mais eficientes, e o horário
de pico de energia se deslocou do início da noite para o meio da tarde, por
volta das 15h, devido ao aumento expressivo do uso de ar-condicionado.
Estudo do Ministério de Minas e Energia divulgado no ano
passado já apontava para a perda de efetividade do horário de verão. Segundo a
nota técnica, a adoção de outros instrumentos regulatórios, como a tarifa
branca e preço por horário, pode produzir resultados mais relevantes para o
setor elétrico.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República,
Otávio Rêgo Barros, o governo fez uma pesquisa que mostrou que 53% dos
entrevistados pediram o fim do horário de verão. Não foram divulgados, entretanto,
detalhes da pesquisa.
Horário de verão
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez
no verão de 1931/1932, pelo então presidente Getúlio Vargas. Sua versão de
estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de 1931 a 31 de março
de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas,
depois, começou a ser em períodos não consecutivos. Primeiro, entre 1949 e
1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até abril de 2019, quando foi
revogado por decreto.
O período de vigência do horário de verão era variável, mas,
em média, durava 120 dias.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países — e
atinge cerca de um quarto da população mundial.
O horário de verão é adotado em países como Canadá,
Austrália, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai. (G1)
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