Diariamente, em média, sete baianas recebem a confirmação de
que têm a doença. O dado é do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que estima
2.870 novos casos de câncer de mama em mulheres no estado da Bahia por ano.
Junto com diagnóstico vem o medo da morte. Afinal, segundo
dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), diariamente, duas mulheres
morrem em decorrência do câncer de mama no estado. A médica mastologista Taís
Argolo do Centro Estadual de Oncologia (Cican), vinculado à Sesab, explica que
a situação de Genivalda não é única.
Em oito anos atuando na área ela já perdeu
as contas de quantos diagnósticos de câncer de mama já deu. Cada um, segundo
ela relata, tem uma recepção diferente para cada mulher.
“O câncer é extremamente estigmatizado. As pessoas recebem
no primeiro momento o diagnóstico como algo mortal. Contudo, é fundamental que
esse resultado de exames não seja encarado com tal. Não há nenhum protocolo
médico que indique a melhor forma de se passar essa notícia para a mulher e sua
família. Vai da sensibilidade de cada profissional. Isso deve ser
individualizado e feito da forma mais cuidadosa e informativa”, explica Taís,
que também trabalha no Hospital Aristides Maltez.
Tira dúvidas sobre o
câncer de mama
O que é?
É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e
no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. Responde, atualmente, por
cerca de 28% dos casos novos a cada ano. Também acomete homens, porém é raro,
representando apenas 1% do total de casos da doença no Brasil. Para o ano de
2018, foram estimados 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil.
Quais os sintomas?
O sintoma mais comum é o aparecimento de nódulo, geralmente
indolor, duro e irregular, no seio. Contudo, há tumores que são de consistência
branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edemas na
pele semelhante à casca de laranja; retração da pele, inversão do mamilo, descamação
ou ulceração do mamilo, e secreção no seios. A secreção associada ao câncer
geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença
de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
O que provoca?
A doença é considerada multifatorial. Ou seja, há muitos
motivos que podem provocar a doença. Há fatores hereditários, genéticos e de
qualidade de vida.
Como prevenir?
A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em
função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao
fato de vários deles não serem modificáveis. De modo geral, a prevenção
baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores
protetores, especificamente aqueles considerados modificáveis. Os principais
fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama são: falta
de atividade física, tabagismo, má alimentação, peso corporal acima do
indicado, hábitos sexuais, inadequados, fatores ocupacionais, bebidas
alcoólicas, exposição solar, radiações e medicamentos.
A alimentação interfere?
Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade
física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de
mama. Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação
saudável e da prática regular de exercícios físicos, e evitar o consumo de
bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama. A
amamentação também é considerada um fator protetor. A terapia de reposição hormonal
(TRH), quando estritamente indicada, deve ser feita sob rigoroso controle
médico e pelo mínimo de tempo necessário.
Qual o tratamento?
Para o tratamento de câncer de mama, o Sistema Único de
Saúde (SUS) oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias
conservadoras e reconstrução mamária, além de tratamentos paliativos e os
tradicionais, conforme cada caso, como a radioterapia, a quimioterapia e a
hormonioterapia. A lei nº 12.732, de 2012, estabelece que o paciente com
neoplasia maligna tem direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS, no
prazo de até 60 dias a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo
patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso. O tratamento do câncer é feito por meio de
uma ou várias modalidades combinadas, cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.
O médico vai escolher o tratamento mais adequado de acordo com a localização, o
tipo do câncer e a extensão da doença. Todas as modalidades de tratamento são
oferecidas pelo SUS.
Como é feito o diagnóstico para o câncer de mama?
A detecção precoce é uma forma de prevenção secundária e tem
o objetivo de identificar o câncer de mama em estágios iniciais. Existem duas
estratégias de detecção precoce: o diagnóstico precoce e o rastreamento. O
objetivo do diagnóstico precoce é identificar pessoas com sinais e sintomas
iniciais da doença, buscando a qualidade e pela garantia da assistência em
todas as etapas da linha de cuidado da doença. O diagnóstico precoce, portanto,
é uma estratégia que possibilita terapias mais simples e efetivas, ao
contribuir para a redução do estágio de apresentação do câncer. Já o
rastreamento é uma ação dirigida à população sem sintomas da doença, que tem o
intuito de identificar o câncer em sua fase pré-clínica. Atualmente, apenas há
a indicação de rastreamento aos cânceres de mama e do colo do útero.
Fontes: Instituto
Nacional do Câncer, Ministério da Saúde, Oncoguia, Pfzeir, Centro de
Investigações e Manejo do Câncer (Costa Rica) * CORREIO
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