O registro de estupros coletivos notificados por hospitais
mais do que dobrou no período de cinco anos. De acordo com dados do Ministério
da Saúde, em 2011 as unidades hospitalares notificaram 1.570 casos, enquanto em
2016 foram 3.526. São, em média, dez casos de estupro coletivo por dia.
A taxa
média brasileira é de 1,71 estupros coletivos a cada 100 mil habitantes. Na
Bahia, a taxa é de 0,82 por 100 mil habitantes, quinta menor taxa do país.
Os
estados com maior número são Acre, com 4,41; Tocantins com 4,31; Distrito
Federal, 4,23%, Roraima, com 3,31 e Amazonas com 3,22. De acordo com informações
do jornal Folha de S. Paulo, a Polícia não registra os estupros coletivos
separadamente dos demais casos de estupro.
A violência sexual, no entanto, sempre foi subnotificada e
nem todas as vítimas vão ao hospital ou à polícia. Cerca de 30% dos municípios
brasileiros ainda não fornecem dados ao Sinan, o que também interfere no número
divulgado. “Infelizmente, é só a ponta do iceberg.
A violência sexual contra a
mulher é um crime invisível, há muito tabu por trás dessa falta de dados. Muitas
mulheres estupradas não prestam queixa. Às vezes, nem falam em casa porque
existe a cultura de culpá-las mesmo sendo as vítimas”, diz Daniel Cerqueira,
pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A Bahia piorou
em 232% as notificações de estupro entre 2011 e 2016. (BN)
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