A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (23)
a Operação Melaço, para desarticular uma quadrilha que atuava fraudando
vínculos empregatícios para obter seguro-desemprego e previdenciários.
São
cumpridos 31 mandados expedidos pela Justiça Federal, sendo 13 de prisão
preventiva e 18 de busca e apreensão nos municípios baianos de Ipiaú,
Ibirataia, Valença, Prado, Porto Seguro, Itamarajú e Santa Cruz Cabrália.
Participam da operação cerca de 100 policiais federais, além de servidores da
Previdência Social e do Ministério do Trabalho, com apoio do Ministério Público
Federal e da Polícia Militar.
Calcula-se o prejuízo evitado para o Programa
Seguro-Desemprego é de aproximadamente R$ 5,5 milhões e de R$ 2 milhões para a
Previdência, podendo ultrapassar dezenas de milhões de reais, referente aos
milhares de vínculos fictícios identificados que poderiam ser utilizados,
futuramente, para a obtenção dos benefícios fraudulentos.
Os aliciadores
recrutavam pessoas dispostas a ceder seus documentos, como carteira de trabalho
e cartão cidadão. Os técnicos em contabilidade inseriam contratos de trabalho
retroativos (geralmente ao período de um ano) nas carteiras de trabalho e no
Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) em empresas geralmente inativas
ou constituídas em nome de “laranjas”. Depois, eram forjadas rescisões dos
falsos vínculos de trabalho e requeridos os benefícios de seguro-desemprego e
previdenciários.
O grupo fazia apenas o recolhimento do FGTS, que era sacado na
sequência, por rescisão sem justa causa. De acordo com a apuração, foram
inseridos mais de seis mil vínculos empregatícios falsos em pelo menos 236
empresas utilizadas nas fraudes. Em praticamente todos os casos houve
requerimento de seguro-desemprego, que eram dirigidos, em sua grande maioria,
nas agências do SINE de Ipiaú, Itamarajú, Santa Cruz Cabrália, Prado e Valença,
o que indica a participação dos agentes públicos no esquema.
O nome da operação
é um trocadilho com Melado, apelido do principal investigado. Além disso, ao
longo das investigações, a polícia observou que, como um doce, as fraudes
atraíram inúmeras pessoas, as quais eram usadas como “laranjas” pela
organização criminosa.
Os alvos da ação desta quarta responderão pelos crimes
de organização criminosa, estelionato, inserção de dados falsos nos sistemas da
administração pública e estelionato previdenciário. Mais detalhes serão
apresentados em coletiva de imprensa às 10h, na sede do MPF em Ilhéus. (BN)
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