Pela primeira vez, cientistas desenvolveram um exame de
sangue capaz de diagnosticar depressão. O teste detecta a doença ao medir os
níveis de marcadores genéticos associados à presença da condição.
Além disso,
segundo os especialistas, o método pode, no futuro, ajudar os médicos a
descobrir quais pessoas têm maior predisposição à depressão e se determinado
tratamento será eficaz para o seu paciente.
Primeiro, os pesquisadores
realizaram um exame de sangue nos participantes e identificaram nove marcadores
de RNA cujos níveis eram significativamente diferentes entre os indivíduos com
e sem depressão.
As moléculas de RNA são responsáveis por interpretar o código
genético do DNA e fazem o organismo funcionar de acordo com as informações
decodificadas. Depois, os voluntários com depressão foram submetidos a um
tratamento contra a doença. Ao longo das 18 semanas seguintes, a equipe mediu
os níveis desses nove marcadores entre essas pessoas.
Os autores descobriram,
então, que os níveis mudaram ao longo do período, e que essa alteração estava
relacionada com a eficácia, ou não, do tratamento contra a doença. "Nós
sabemos que o tratamento medicamentoso e a psicoterapia são eficazes, mas não
para todo mundo.
Ter um exame como esse nos ajuda a indicar a melhor
terapia para cada paciente", explica David Mohr, coautor do estudo e
professor da Faculdade de Medicina da Universidade Northwestern, nos Estados
Unidos. Diagnóstico — Hoje, o método de diagnóstico da depressão é subjetivo,
pois se baseia em sintomas não específicos, como fadiga e mudança de apetite,
que podem ser aplicados a diversos problemas físicos e mentais.
Esse
diagnóstico também depende da habilidade do paciente em reportar seus sintomas
e a do médico em entendê-las. "Saber quais são os pacientes mais
suscetíveis à doença permite que nós o monitoremos com mais atenção. Além
disso, podemos considerar uma dose de manutenção de antidepressivos e de psicoterapia
contínua para diminuir a severidade de um episódio futuro ou prolongar os
intervalos entre um e outro", diz Mohr.
Informações: Voz da Bahia
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