O Dia do Radialista, comemorado 7 de novembro, tem este ano
um sabor especial. Nessa quinta-feira (7), a presidente Dilma Rousseff recebe
donos de rádios no Palácio do Planalto para assinar o decreto que permite às
emissoras AM migrar para a faixa FM, atendendo a uma demanda antiga do setor.
A mudança, que será opcional, tem por objetivo dar um novo
fôlego às rádios AM, prejudicadas com o aumento de ruídos e muitas
interferências em suas transmissões. Enquanto isso, as rádios FM, que desde os
anos 80 sempre tiveram maior aceitação entre os públicos mais jovens, passaram
a ganhar mais espaço.
Mesmo sem o grande alcance das AM, as FM apresentam
sinais mais limpos e também podem ser sintonizadas por dispositivos móveis. A mudança será possibilitada com a transferência de
emissoras de TV do analógico para o digital.
Os canais 5 e 6 VHF devem ficar
vagos em 2015, quando a TV analógica for de fato desativada. Em cidades onde a
faixa FM praticamente não comporta mais rádios, como em São Paulo, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte, as emissoras AM serão alocadas nos canais de
televisão recém desocupados, chamados de “faixa estendida”.
Onde o FM não
estiver saturado, as rádios serão alocadas na própria faixa já existente. Convertida para rádio, a frequência dos canais 5 e 6 da TV
irá de 76 a 88 MHz, tornando-os “vizinhos” da atual faixa FM, que opera de 88 a
108 MHz (veja quadro).
O novo espectro do FM obrigará a indústria a produzir
aparelhos de rádio que consigam sintonizar a nova faixa. Por isso, diz o
presidente da Abert, haverá um prazo de adaptação de cinco anos, em que o
radiodifusor poderá realizar transmissão simultânea em AM e FM.
Segundo a Abert e o Ministério das Comunicações, as rádios
AM que optarem pela migração ocuparão na faixa FM um espaço correlato, sem
perder potência. “Ela vai ter o mesmo alcance que tinha com o AM”, diz o
ministro, se referindo ao raio de abrangência principal da rádio, conforme
estabelecido pela outorga.
Em entrevista à JOVEM PAN, o presidente da Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), Daniel Slaviero, disse que essa
é uma medida que trará um benefício enorme as quase duas mil emissoras AM em
todo o país.
“Nós estamos reputando isso como uma das grandes mudanças
estruturais do setor de radiodifusão essa possibilidade da migração das rádios
AM”, contou Slaviero.
Com informações do Estadão e da Jovem Pan
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