Falsos médicos que pagaram até R$ 400 mil para conseguir
diplomas fraudados, sendo a maior parte deles da Universidade do Estado da
Bahia (Uneb), integraram o Programa Mais Médicos do governo federal.
A segunda fase da Operação Catarse, deflagrada pela Polícia
Federal (PF), descobriu que a quadrilha obteve ao menos 65 registros junto ao
Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), usando documentos
falsos.
Três homens apontados como integrantes do esquema foram
presos. Uma mulher, supostamente líder da quadrilha, está foragida. Para
enganar o Cremerj, os criminosos produziam diplomas falsos com papéis de boa
qualidade e reproduziam os logotipos de instituições de ensino do país.
Segundo a Polícia Federal, a maior parte das comprovações de
formação acadêmica fingiam ser da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). A
quadrilha cobrava valores entre R$ 45 mil e R$ 400 mil para conseguir o
registro junto ao Cremerj. Até histórico escolar e monografia podiam ser
fraudados.
As universidades são as responsáveis por enviar a primeira
documentação formal dos recém-formados e, para dificultar a checagem, os
criminosos falsificavam diplomas de instituições de outros estados.
A quadrilha chegou a criar um e-mail falso em nome da Uneb, de endereço “validacao@portaluneb.gov.br”. O esquema funcionava como uma espécie de organização ‘empresarial’, de acordo com a PF.
Entre os investigados por comprarem os diplomas falsos estão
profissionais de saúde, como enfermeiros. Em depoimento, os falsos médicos
alegaram que foram vítimas de golpe da quadrilha, mesmo tendo desembolsado
valores para conseguir documentos falsos e exercer a medicina.
A reportagem encontrou registros dos falsos profissionais no Mais Médicos, programa do governo federal que tem o objetivo de suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias de grandes cidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário