Começa a ser aplicada hoje (27) em todo o país a vacina
bivalente contra a covid-19. De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina
melhora a imunidade contra o vírus da cepa original e também contra a variante
Ômicron e tem perfil de segurança e eficácia semelhante ao das vacinas
monovalentes.
“A vacina monovalente, como o próprio nome diz, tem um tipo
só do vírus que causa a covid. Ela foi originalmente desenhada com aquele
chamado vírus ancestral, o primeiro que apareceu na China no fim de 2019.
Então, todas as vacinas que a gente tinha e usou até agora eram monovalentes,
independentemente do laboratório fabricante”, explicou o diretor da Sociedade
Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha.
Inicialmente, a vacina será aplicada somente nos chamados
grupos de risco. Conforme divisão anunciada pelo ministério, a imunização será
feita da seguinte forma: na fase 1, pessoas acima de 70 anos,
imunocomprometidos, indígenas, ribeirinhos e quilombolas; na fase 2, pessoas
com idade entre 60 e 69 anos; na fase 3, gestantes e puérperas; e na fase 4,
profissionais de saúde.
“Essas populações, do que a gente tem nesses três anos de
pandemia, são as pessoas que mais sofreram e mais sofrem com a doença. É importante
termos um planejamento porque não tem vacina suficiente para incluir toda a
população com a bivalente. A tendência é que, com o passar do tempo, a gente vá
aumentando os grupos que vão receber.”
No Brasil, duas vacinas bivalentes, ambas produzidas pelo laboratório Pfizer, receberam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial. Elas são indicadas como dose única de reforço para crianças e adultos, após dois meses da conclusão do esquema vacinal primário, ou como última dose de reforço.
“Para quem é recomendada a bivalente? Só como reforço. Para
pessoas que foram plenamente vacinadas com o esquema primário que, em geral,
são duas doses ou dose única. Mesmo para aquelas que já fizeram a terceira e a
quarta doses, dois reforços”, disse Juarez. “Essas pessoas que têm essa
vacinação já feita, desde que tenham se passado quatro meses da última dose,
podem receber a bivalente.”
O ministério reforça que as vacinas monovalentes contra a
covid-19 seguem disponíveis em unidades básicas de Saúde (UBS) para a população
em geral e são classificadas como “altamente eficazes contra a doença”,
garantindo grau elevado de imunidade e evitando casos leves, graves e óbitos
pela doença.
“A aplicação da bivalente não significa que as vacinas monovalentes não continuam protegendo. Elas continuam protegendo, mesmo para a variante Ômicron, mas, claro, tendo a possibilidade de uma vacina desenhada mais especificamente para a variante circulante, a tendência é termos melhor resposta.” (AB).
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