Tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor são alguns dos sintomas da depressão, doença que atinge 300 milhões de pessoas no mundo, quase 12 milhões delas no Brasil.
Pesquisa
realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em onze países, apontou que a
pandemia da Covid-19 agravou os casos no país. Segundo o estudo, o Brasil é o
que mais tem casos de ansiedade (63%) e depressão (59%).
A angústia que não é passageira é um tremendo desafio para pacientes, amigos e familiares, porque, além das dificuldades do tratamento, os sintomas podem interferir diretamente na vida pessoal.
Se o vínculo for
amoroso, então, o impacto pode ser ainda maior. Mas o apoio do parceiro é,
justamente, um dos pilares fundamentais para a adesão do paciente ao
tratamento.
A psicóloga Niliane Brito, criadora do projeto Amour,
explica que relacionar-se amorosamente com uma pessoa em depressão não é
simples, mas que é possível, sim, manter o relacionamento.
“Uma pessoa com depressão precisa da escuta do parceiro, do acolhimento. Deixar de lado o julgamento é fundamental. Uma boa relação amorosa não resolve, mas pode sim ajudar em um quadro depressivo.
No entanto, a doença
pode interferir no humor do casal e nesse caso, a terapia não só para a pessoa
que sofre de depressão, mas também para o parceiro dessa pessoa, é fundamental
para que a harmonia e a saúde mental, fundamentais para qualquer
relacionamento, sejam mantidas”, explica.
Niliane pontua ainda que o primeiro passo para ajudar o par
a enfrentar a doença, é reconhecer que a pessoa está fora do seu padrão normal
de comportamento e que pode estar doente. Logo depois, incentivar a busca por
ajuda médica e psicológica.
“Sem dúvida, a luta contra a desistência do tratamento é
muito mais leve quando o companheiro do paciente é compreensivo, especialmente
nos casos graves de depressão. Além disso, o parceiro pode estimular a boa
alimentação, o exercício e estabelecer um bom padrão de sono, fatores que
auxiliam muito no tratamento da doença”.
Ampliar a rede de cuidado e proteção, não tornar a depressão
um tabu e pedir ajuda às pessoas próximas também são fatores fundamentais.
“Isso faz com que a pessoa em crise depressiva veja que não está sozinha. O amor salva muitas vidas”, afirma Niliane.
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