Um cachorro da raça boxer criado por uma família de Santos,
no litoral de São Paulo, parou de comer e entrou em estado de depressão após a
morte do seu dono.
O empresário Gil David Freitas Sousa, então com 49 anos, e o
cão Sombra, eram inseparáveis, tanto que quatro meses após a morte do dono, o
cão ainda não superou a perda e luta pela vida.
Embora o cão não tenha um diagnóstico veterinário de quadro
depressivo confirmado, agentes da Coordenadoria de Proteção à Vida Animal de
Santos (Codevida) acreditam que a situação é semelhante a de um a pessoa com
depressão.
“Ele nem fixa o olhar em nós. É triste demais”, comenta Leila Abreu,
responsável pela Codevida, onde o animal está sendo acompanhado diariamente. Os
veterinários descobriram uma anemia profunda, situação que pode ter se agravado
após a morte de Gil.
Para a filha do empresário, Letícia Sousa, Sombra está com
saudade do amigo que perdeu. “A morte do meu pai foi inesperada. O Sombra
também sentiu muito, visto que faz quatro meses e ele nunca ficou tanto tempo
sem ver o meu pai. Ele está triste, abatido e nem a presença do meu avô o
alegra”, conta. Gil David faleceu após insuficiência respiratória, seguida de
uma parada cardíaca.
Antes forte e saudável, como a maioria dos cães da raça
boxer, Sombra está subnutrido e chegou aos 15 kg, deixando, inclusive, as
costelas marcadas pela fina camada de pele. Sombra também tem dificuldade para
se manter de pé. Segundo a família, ele parou de comer, toma apenas água e,
quando come algo, mesmo que pouco, é o suficiente para vomitar. “Meu avô ainda
leva comida para ele, já que ele não come somente ração”, aponta.
Mesmo com a visita frequente dos familiares e acompanhamento
veterinário diário, o animal não engorda. O caso chamou atenção da equipe da
Codevida, já que o cão tem dificuldade até para levantar a cabeça. "O novo
dono dele vem visitá-lo. O Sombra já fez até raio-x cardiológico e não tem
nada. O coração e os rins estão bons. Ele só fica com um olhar parado, parece
que não quer viver. É impressionante. A gente conversa com ele e faz até oração
reiki, mas ele não volta o olhar pra gente", relata Leila.
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