O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em
entrevista à TV A Crítica, concedida durante visita do mandatário a Manaus
nesta sexta-feira (23), que o Exército pode ir "para a rua" para,
segundo ele, reestabelecer o "direito de ir e vir e acabar com essa covardia
de toque de recolher".
Nas declarações, Bolsonaro atacou medidas de isolamento
social tomadas por prefeitos e governadores e afirmou que pode determinar uma
ação das Forças Armadas contra elas.
"O pessoal fala do artigo 142 [da Constituição], que é
pela manutenção da lei e da ordem. Não é para a gente intervir. O que eu me
preparo? Não vou entrar em detalhes, [mas é para] um caos no Brasil. O que eu
tenho falado: essa política, lockdown, quarentena, fica em casa, toque de
recolher, é um absurdo isso aí", disse.
"Se tivermos problemas, nós temos um plano de como entrar em campo. Eu tenho falado, eu falo 'o meu [Exército]', o pessoal fala 'não'... Eu sou o chefe supremo das Forças Armadas.
O nosso Exército, as nossas Forças Armadas, se precisar iremos para a rua não para manter o povo dentro de casa, mas para reestabelecer todo o artigo 5º da Constituição. E se eu decretar isso vai ser cumprido", acrescentou.
"As nossas Forças Armadas podem ir para a rua um dia
sim, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer cumprir o artigo 5º.
O direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito
ao trabalho, liberdade religiosa e de culto; para cumprir tudo aquilo que está
sendo descumprido por parte de alguns governadores e alguns poucos prefeitos,
mas que atrapalha toda a sociedade. Um poder excessivo que lamentavelmente o
Supremo Tribunal Federal delegou, então qualquer decreto, de qualquer
governador, qualquer prefeito, leva transtorno à sociedade."
Em seguida, Bolsonaro afirmou que não pode
"extrapolar". Ele disse também que o plano de ação explicado por ele
foi discutido com todos os seus ministros, de Damares Alves (Mulher, Família e
Direitos Humanos) a Braga Netto (Defesa).
"[Estão] praticamente conversados sobre isso aí, o que fazer se um caos generalizado se implantar no Brasil pela fome. Pela maneira covarde como alguns querem impor essas medidas, impondo certas medidas restritivas para o povo ficar dentro de casa."
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