Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) projetam que, a partir de 2039, o Brasil terá, em média, mais
pessoas idosas (65 anos ou mais) do que crianças de até 14 anos.
O estudo
"Projeção de População", divulgado nesta quarta-feira (25), indica
que o primeiro estado a atingir essa inversão será o Rio Grande do Sul. A
projeção é feita com base no índice de envelhecimento da população, que é a
razão entre os dois grupos etários.
Atualmente, o indicador é de 43,2% de
idosos com 65 anos ou mais para cada cem crianças de até 14 anos. Daqui a 21
anos, na média nacional, a estatística ultrapassaria os 100%. Em 2040, a razão
entre os dois grupos alcançaria aproximadamente 104%.
A previsão do instituto é
que haja um ritmo de elevação acelerado, chegando a cerca de 173% ao fim de
2060. De acordo com o IBGE, a expectativa de vida ao nascer chegou
a 72,7 anos para homens e 79,8 anos para as mulheres em 2018.
Esses números
continuarão crescendo para 77,9 anos e 84,2 anos, respectivamente, em 2060.
Isso significa dizer que os homens vão viver, em média, 5,2 anos a mais; e as
mulheres, 4,4 anos.
A expectativa de vida cresce há décadas. No documento
"Estatística do Século XX", o IBGE estimou que a expectativa de vida
ao nascer para homens era de 33,4 anos em 1910 e de 62,3 anos em 1990. Esse
ganho tem diversas origens, entre elas ganhos sociais: avanço da escolaridade,
do sistema de saúde e das redes de saneamento básico.
As estimativas divulgadas nesta quarta-feira pelo IBGE
mostram ainda que a razão de dependências da população continuará crescendo.
Hoje, a cada cem pessoas em idade para trabalhar, existem 44 indivíduos
dependentes - com idades menores de 15 anos e maiores de 64 anos. Essa
proporção deverá chegar a 67 em 2060.
Brasil em 2039
A tendência de envelhecimento da população brasileira vai
fazer com que o país tenha mais pessoas idosas do que crianças a partir de
2039. O Brasil tem atualmente 2,31 crianças para cada idoso. Essa razão ficará
pela primeira vez abaixo de 1 dentro de 21 anos.
O IBGE estima que, em 2039,
haverá 39,33 milhões de crianças e 39,38 milhões de idosos. Em 2060, essa razão
deverá estar em 0,58, com 33,6 milhões de crianças e 58,2 milhões de idosos.
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