O presidente Michel Temer gravou um vídeo para voltar a se
defender das acusações do ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial
Márcio Faria da Silva e disse que “jamais colocaria sua biografia em risco”.
“Meus amigos, eu não tenho medo dos fatos. Nunca tive.
O que me causa repulsa é
a mentira”, diz Temer em vídeo, colocado nas redes sociais do governo. O presidente reconheceu, entretanto, que a vida pública tem
momentos de “profundo desconforto”.
Márcio Faria disse, em delação premiada,
que Temer comandou, em 2010, quando candidato a vice-presidente da República, uma
reunião na qual se acertou pagamento de propina de US$ 40 milhões ao PMDB.
Segundo o presidente, essa conduta “jamais aconteceu”. “Nem
nessa reunião, nem em outra reunião que eu tenha feito em minha vida pública com
qualquer pessoa física ou jurídica. Jamais colocaria a minha biografia em
risco”, afirmou. Temer, que já havia soltado nota ontem à noite para
defender-se das acusações de Faria, disse ainda que o verdadeiro homem público
“tem que estar a altura dos seus desafios, que envolvem bons momentos e
momentos de profundo desconforto”.
No vídeo, de duração de pouco mais de um minuto, Temer
exalta o papel do poder Judiciário e se diz confiante. “A minha maior aliada é
a verdade, matéria-prima do poder judiciário, que revelará toda a verdade dos
fatos”, finaliza o presidente. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
ao analisar o caso, não pediu a abertura de inquérito sobre Temer sob o
argumento de que a Constituição diz que o presidente da República, no exercício
de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos às suas
funções. Tem, portanto, uma imunidade temporária. Os demais envolvidos, no
entanto, serão alvos de investigação.
Defesa
A nota emitida pelo Planalto ontem disse que Faria foi levado
ao presidente pelo então deputado Eduardo Cunha. “A conversa, rápida e
superficial, não versou sobre valores ou contratos na Petrobras. E isso já foi
esclarecido anteriormente, quando da divulgação dessa suposta reunião”,
destacou a nota.
Temer contestou ainda de “forma categórica” qualquer
envolvimento de seu nome em negócios escusos. “(o presidente) Nunca atuou em
defesa de interesses particulares na Petrobras, nem defendeu pagamento de
valores indevidos a terceiros”, diz o texto.
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