O Brasil registrou 57 mil homicídios em 2014, de acordo com
o estudo “Mapa da Violência 2016, coordenado pelo professor e sociólogo Julio
Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da
Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências
Sociais (FLACSO).
O dado corresponde a 6,5 assassinatos por hora. Publicado
pela primeira vez em 2005, o levantamento conclui que “ficou evidente o
progressivo, sistemático e ininterrupto incremento das taxas de homicídio por
arma de fogo”.
O estudo avalia dados de mortes causadas por acidente,
homicídio, suicídio ou motivo indeterminado causadas com uso de arma de fogo
entre 1980 e 2014.
O levantamento usou dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) do
Ministério da Saúde de 2014 para mostrar a evolução da violência em estados e
municípios brasileiros. O estudo aponta uma média nacional de 29 mortes a cada
grupo de 100 mil pessoas.
A cidade mais violenta do país, naquele ano, foi São
Luís, no Maranhão, onde a taxa de homicídio era de 90 para cada 100 mil
habitantes. De acordo com o estudo, Alagoas é o estado mais violento
para a população negra. No estado nordestino, a cada 13 vítimas de homicídio,
12 são negras.
Segundo o historiador e presidente da Sociedade Maranhense dos
Direitos Humanos, Renato Sérgio de Lima, a chegada de facções criminosas vindas
do Sudeste do país é a principal causa do aumento da violência em São Luís, no
Maranhão.
“No período do começo dos anos 2000 até 2014 experimentou-se uma onda
de violência relacionada à expansão do crime organizado com uma nova
configuração das facções criminosas que se organizaram, em primeiro lugar,
dentro do sistema prisional, e também fez conexão com facções nacionais
colocando a cidade em uma situação de disputa de territórios.”
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