Em todos os estados e no Distrito Federal, centenas de
milhares de pessoas foram às ruas no domingo (16) exigindo o fim da corrupção e
pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Pela primeira vez, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi também fortemente criticado pelos
manifestantes. Assim como nos protestos de março e de abril, a maior
manifestação do dia aconteceu em São Paulo.
Em relação à última, de abril, ela
reuniu um número maior de manifestantes. Para o Instituto Datafolha, em abril,
100 mil pessoas participaram do protesto na Paulista, enquanto neste domingo, o
instituto contou 135 mil. Para a Polícia Militar, o número foi de 275 mil em abril e
350 mil agora.
Tanto em São Paulo quanto nas outras cidades, o hino
nacional esteve presente. Bandeiras do Brasil, verde e amarelo nas roupas e
mais uma vez, muito manifestantes nas ruas. As palavras de ordem eram as mesmas
das outras duas manifestações: pelo impeachment, contra a corrupção, contra o
governo e contra o PT.
Nas mãos dos manifestantes, muitas panelas fizeram
barulho contra a presidente Dilma. Faixas e cartazes apoiaram o juiz Sérgio
Moro, que cuida da Operação Lava Jato, e foram contra o ex-presidente Lula. O
hino nacional foi repetido de Norte a Sul do país.
Brasília
Em Brasília, os manifestantes foram cedo para a rua. A
concentração foi na Esplanada dos Ministérios e seguiu até o Congresso
Nacional. Segundo os organizadores, eram 55 mil pessoas, 25 mil, segundo a PM.
O clima seco, o calor e o sol forte não desanimaram os
brasilienses que carregavam uma faixa gigantesca pedindo o impeachment. Houve
muitas declarações de apoio ao juiz Sério Moro e entre as pessoas, um boneco do
ex-presidente Lula vestido como presidiário chamava a atenção. Além da
passeata, muita gente participou do protesto de carro.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, o protesto foi na Orla de Copacabana. A
Polícia Militar não calculou e os organizadores não se entenderam quanto ao
número de manifestantes. Cartazes e faixas pediam o impeachment da presidente.
Quem não foi para as ruas, colocou bandeiras nas janelas.
Os cariocas também levaram cartazes contra a corrupção, em
favor das investigações da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro. No meio da
manifestação um grupo defendeu o governo e o PT e foi muito vaiado. Não houve
grandes incidentes, segundo a Polícia Militar.
Minas Gerais
A manifestação em Belo Horizonte começou na Praça da
Liberdade e seguiu para a Praça da Savassi. As cores da bandeira do Brasil
também eram as preferidas dos manifestantes, 20 mil pessoas, segundo os
organizadores, 6 mil segundo a PM. Na capital mineira, os manifestantes
repetiram as palavras de ordem pelo impeachment da presidente Dilma, contra o
ex-presidente Lula e pelo fim da corrupção.
Ao contrário das outras manifestações, o presidente do PSDB,
senador Aécio Neves, desta vez foi para a rua. Ele fez um discurso em um carro
de som.
No interior do estado, em Uberaba, a manifestação foi em
frente à casa onde moraram os avós da presidente Dilma. Duzentos e cinquenta
manifestantes segundo os organizadores, 100 segundo a PM, usaram baldes e
vassouras para varrer a corrupção.
Belém
Em Belém, o protesto começou cedo com manifestantes
percorrendo as ruas do centro da cidade. Dez mil pessoas segundo os
organizadores. A PM calculou 5 mil manifestantes. Eles pediam o fim da
corrupção, a redução dos impostos e do desemprego.
Bahia
Na capital baiana uma imensa bandeira com pedido de fora
Dilma foi estendida em frente ao Farol da Barra. Os organizadores estimam que
15 mil pessoas protestaram nas ruas de Salvador. A PM calcula que eram 5 mil.
Vários cartazes em apoio ao juiz Sérgio Moro e contra o ex-presidente Lula se
espalharam ao longo do percurso.
Alagoas
Na orla de Maceió, 15 mil pessoas participaram do protesto,
segundo os organizadores, 12 mil, segundo a PM. As palavras de ordem eram
contra a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.
Recife
No Recife, os protestos contra a corrupção e o governo
reuniram 50 mil pessoas, segundo os organizadores. A PM não calculou. Os
manifestantes pediram o fim da corrupção e levaram para a rua um imenso boneco
do juiz Sérgio Moro, nos moldes dos bonecos de Olinda. Uma banda de frevo
acompanhou tudo.
Paraná
O impeachment também foi o pedido dos manifestantes de
Curitiba. Tanto os organizadores quanto a Polícia Militar calcularam a
participação de 60 mil manifestantes. Em clima pacífico, as pessoas pediram a
saída da presidente Dilma e recolheram assinaturas em apoio a um projeto do
Ministério Público contra a corrupção. Uma enorme faixa saudava a Operação Lava
Jato e vários manifestantes aproveitaram uma estátua do juiz Sérgio Moro para
fazer selfies.
Outras capitais
O domingo foi de protesto também em várias outras capitais.
Cartazes e faixas pediram o impeachment da presidente Dilma e o fim da corrupção.
São Paulo
Em São Paulo, os caminhões de som passaram por uma vistoria
de segurança da Polícia Militar e seguiram em comboio para a Avenida Paulista,
por volta de 12h. Lá se reuniram com manifestantes que foram de moto,
fantasiados e com instrumentos musicais. Ainda durante a concentração, um homem
tentou defender a presidente Dilma Rousseff. Os manifestantes tomaram o cartaz
e ele teve que ir embora.
Às 14h, começava a chegar mais gente para participar da
manifestação na Avenida Paulista. Era esse o horário marcado para o início do
protesto, que foi aberto com o hino nacional.
Em bandeiras e cartazes, protestos eram contra a presidente
Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. O pedido de impeachment apareceu em
faixas e dividiu opiniões entre quem foi para a rua.
Teve protestos também contra a corrupção, contra quase todos
os políticos e apoio ao juiz Sérgio Moro, que conduz o processo da Operação
Lava Jato.
A manifestação contou com a presença de políticos. As duas
pistas da Paulista ficaram cheias, estava difícil circular entre a multidão.
Mesmo assim a manifestação seguiu sem incidentes.
Às 16h, o protesto ocupou 10 quarteirões da Avenida
Paulista. Os grupos organizadores estimaram um público entre 900 mil e 1,5
milhão de pessoas. Segundo a Polícia Militar, foram 350 mil no pico, 75 mil a
mais do que em abril. O Datafolha contou 135 mil manifestantes, 35 mil a mais
do que no protesto anterior, de 12 de abril.
Repercussão
A presidente Dilma Rousseff não se pronunciou sobre as
manifestações que pediram seu impeachment. O ministro da secretaria de
Comunicação Social, Edinho Silva, divulgou uma nota em que diz que apenas o
governo viu as manifestações dentro da normalidade democrática. Ele foi o único
ministro a se pronunciar. O Partido dos Trabalhadores não quis falar sobre as
manifestações.
Em relação aos protestos contra o ex-presidente Luís Inácio
Lula da Silva e o boneco que o representava vestido como presidiário, o
Instituto Lula divulgou nota em que afirma “Lula foi preso na ditadura porque
defendia a liberdade de expressão e a organização política. O povo brasileiro
sabe que ele só pode ser acusado de ter promovido a melhora das condições de
vida e acabado com a fome de milhões de brasileiros, o que para alguns, parece
ser um crime político intolerável. Lula jamais cometeu qualquer ilegalidade
antes, durante ou depois de seus dois governos”.
Informações: G1
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