Parece um típico fundamento da Lei de Murphy: pessoas
sozinhas, independentemente do sexo ou da faixa etária, passam um tempão
buscando um amor. Só que quanto mais desejam um cobertor de orelha, mais
difícil parece conseguir um. Mas basta encontrarem alguém, no entanto, para
surgirem pretendentes de todos os cantos.
Num irônico exercício de inversão de expectativas, tem
início a temporada popularmente conhecida por "chover na horta", que
parece uma espécie de pegadinha do destino, mas, segundo especialistas em
comportamento humano, tem tudo a ver com autoestima.
Segundo a psiquiatra e psicanalista Helena Masseo de Castro,
o que ocorre é que muita gente, enquanto está solteira, costuma se sentir mal
porque ninguém as "escolhe". E aí começam a questionar os próprios
atrativos.
Confiança é sexy
Quando a pessoa começa a namorar o fato de se tornar objeto
do interesse e do investimento amoroso de alguém a ajuda a ver o que tem de bom
e, o que é melhor ainda, a gostar do que está vendo. "Daí surge uma
alegria e um contentamento em ser o que é. É possível, então, se sentir mais
interessante. Ela transmite isso e os outros querem experimentar. Parece que o
par a 'autoriza' a gostar mais de si mesma, e isso é um atrativo por si
só", diz Helena.
Para a psicóloga e terapeuta de família Renata Lucas, homens
e mulheres quando assumem um compromisso acabam se tornando mesmo mais
interessantes porque passam a impressão de acreditar no próprio taco –e isso
pode parecer muito sexy.
"As pessoas se tornam mais confiantes e se sentem
desejadas, principalmente aos olhos de uma sociedade que nos cobra que
estejamos bem resolvidos em todos os campos da vida: profissional, familiar,
sentimental etc", diz Renata. "Alguém que tem um relacionamento
estável pode passar a ser visto como bem resolvido, que tem algo a
oferecer". E isso desperta o interesse alheio.
Quando começam a namorar, as pessoas, em geral, costumam
mostrar o melhor de si. Ficam mais gentis, atenciosos, alegres, dispostos,
carinhosos. "Os defeitos só vão aparecendo com o tempo. Então, não é
coincidência que justo nessa fase inicial de relacionamento passem a se tornar
mais cobiçadas", fala Marjorie Vicente, psicóloga especializada em imagem.
Rivalidade
Outra justificativa habitual para a mudança do status de
relacionamento virar um chamariz para novos (ou antigos) pretendentes é o fato
de que ela instiga o senso de competição nos rivais. "Muitos se aproximam
porque já cultivavam um interesse, porém, não tinham pressa, pois havia
disponibilidade. Quando nota a possibilidade da perda, o ser humano se depara
com limites e vai em busca de seu objetivo. E a competição para ver quem ganha
é altamente estimulante", diz Priscila Fernandes.
Na opinião de Marjorie Vicente, ser amado é uma excelente
tática de marketing pessoal. "Afinal, se a outra pessoa gostou, algum
motivo tem".
Fonte: Uol
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