sábado, 8 de setembro de 2012

Iguaí: Prefeito vai parar na delegacia acusado de desacato


O prefeito candidato à reeleição da cidade baiana de Iguaí, Rony Moitinho (PSD), foi conduzido algemado à delegacia do município na madrugada deste sábado, acusado de desacato por policiais militares. Após a apresentação da dupla Bruno e Marrone em uma casa de shows, o prefeito pegou uma carona com Ramon Moreira, filho do Presidente da Câmara. De acordo com a versão relatada pelos policiais ao delegado Roberto Leal, o carro dirigido por Ramon teria atingido uma moto ao dar a ré.
Segundo o delegado, a PM afirma que ao chegar ao local, os policiais sido desacatados pelo prefeito, que teria tentado usar seu cargo político para contornar a situação. Em resposta, os policiais algemaram o prefeito e o conduziram à delegacia. Um Termo Circunstancial de desacato à autoridade foi feito, e será encaminhado ao Ministério Público.
 O prefeito Rony Moitinho rebate a versão apresentada pela polícia, acusa os PMs de agressão e de participarem de "uma armação política arquitetada pela oposição". Ao Terra, Moitinho confirmou que estava no carro, mas negou que Ramon tenha colidido com a moto. "Ele estava dando ré para entrar em uma rua quando fomos abordados pela PM. Ramon apresentou os documentos, e eu desci do carro para falar com os policiais. Me apresentei como prefeito e disse que ele estava apenas me levando para casa", afirma.
Os policiais teriam, segundo Moitinho, respondido que "ele era como qualquer um", e pedido que ele entrasse na viatura. "Eu respondi que não tinha feito nada de errado e me recusei. Aí seis policiais me agrediram. Estou com hematomas em diversas partes do corpo e fazendo corpo de delito", afirma ele, que estava na delegacia durante conversa com o Terra.
O advogado do prefeito, José Anailton Ribeiro de Carvalho, afirmou ter presenciado a cena. "Vi a aglomeração popular e a viatura policial. Quando cheguei lá eles estavam "engravatando" o prefeito. Eu me identifiquei como advogado dele, mas eles não deram trégua e o levaram para a delegacia", afirma Carvalho.
Para o advogado do prefeito, a ação rápida da polícia confirma a tese de que houve armação política. "A coisa foi muito rápida e dá a entender que foi tudo encenado. Eles não desempenharam o papel de polícia. É costume dos maus policiais plantar armas, drogas ou evidências. Mas nós temos provas e testemunhas. O prefeito é querido na cidade, o povo gosta muito dele", conclui.
Oito policiais, o prefeito Rony Moitinho e outras cinco testemunhas, entre eles Ramon Moreira e o dono da moto envolvida na confusão prestaram depoimento na delegacia e foram liberados em seguida. Nenhum representante da Polícia Militar da cidade foi localizado para se posicionar quanto às acusações.

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