A Bahia ainda registra mais beneficiários do Bolsa Família
do que trabalhadores formais com carteira assinada. Conforme dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estado possui 2,14 milhões de
pessoas empregadas formalmente, enquanto o número de beneficiários do programa
social atinge 2,48 milhões, segundo a Secretaria de Avaliação, Gestão da
Informação e Cadastro Único (Sagicad).
A discrepância revela a fragilidade socioeconômica
enfrentada por boa parte da população baiana, de acordo com especialistas. o
economista Edval Landulfo, vice-presidente do Conselho Regional de Economia da
Bahia (Corecon-BA), a situação gera um impacto significativo na economia local.
“O poder de compra dessa população fica enfraquecido, e as
pessoas, muitas vezes, passam necessidade, têm uma alimentação mais precária e
enfrentam dificuldades para acessar serviços básicos, como transporte. Isso não
favorece o desenvolvimento econômico do estado”, explica Landulfo.
A Bahia ocupa a terceira posição nacional no ranking de
estados com maior diferença entre beneficiários do Bolsa Família e
trabalhadores formais. Em agosto de 2024, a diferença no estado era de 340 mil
pessoas. Apenas o Maranhão, com 564.869 beneficiários a mais, e o Pará, com
363.648, apresentam números superiores.
Atualmente, o valor mínimo do Bolsa Família é de R$ 600 por família, enquanto o salário-mínimo de um trabalhador formal é de R$ 1.412. Apesar do aumento do valor do benefício e das políticas públicas voltadas à redução da pobreza, os números refletem a dependência de muitos baianos em relação ao programa social.
A alta concentração de beneficiários em comparação ao número
de trabalhadores com carteira assinada reforça a necessidade de investimentos
mais robustos em políticas de geração de emprego e renda no estado. “É urgente
criar um ambiente favorável ao empreendedorismo e à atração de empresas, de
modo a reduzir essa dependência”, conclui Landulfo.
O cenário aponta o desafio de equilibrar a assistência social com o fortalecimento do mercado de trabalho formal, um passo fundamental para promover o desenvolvimento sustentável na Bahia. *Correio 24h
Nenhum comentário:
Postar um comentário