O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF
(Supremo Tribunal Federal), autorizou a inclusão do presidente Michel Temer
como um dos investigados em um inquérito aberto para apurar repasses da
Odebrecht ao MDB em 2014.
O caso se refere a um jantar no Palácio do Jaburu em maio
daquele ano em que teria sido acertado o repasse ilícito de R$ 10 milhões.
Fachin também autorizou a prorrogação do prazo para a Polícia Federal fazer as
diligências do caso. Agora, os investigadores terão mais 60 dias para concluir
a apuração.
Já são alvos desse inquérito os ministros Eliseu Padilha
(Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), ambos do MDB.
Na época de abertura da investigação, o então procurador-geral, Rodrigo Janot,
entendeu que a Constituição proibia investigar o presidente por supostos crimes
anteriores ao mandato.
"Com efeito, a imunidade temporária vertida no texto
constitucional se alça a obstar a responsabilização do Presidente da República
por atos estranhos ao exercícios das funções; mesmo nessa hipótese (a de atos
estranhos ao exercício das funções) caberia proceder a investigação a fim de,
por exemplo, evitar dissipação de provas, valendo aquela proteção constitucional
apenas contra a responsabilização, e não em face da investigação criminal em
si", acrescentou o magistrado.
A inclusão foi feita a pedido da procuradora-geral Raquel
Dodge, que discordou do entendimento de Janot. Para ela, o presidente da
República só “não poderá sofrer responsabilização em ação penal enquanto durar
seu mandato”, mas pode ser investigado.
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