Com apoio do Ministério do Trabalho (MTE), a Polícia Federal
(PF) deflagrou a Operação "Canaã - A Colheita Final", na manhã desta
terça-feira (6).
Foram 22 mandados de prisão preventiva, 17 de interdição de
estabelecimento comercial e 42 de busca e apreensão nos municípios de
Ibotirama, Luiz Eduardo Magalhães, Wanderley e Barra, na Bahia, além de outras
cidades nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
De acordo com a PF, a
operação, cujo nome é uma referência bíblica à terra prometida, investiga
crimes de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, de tráfico de
pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de
dinheiro.
A investigação, desenvolvida com a participação do Grupo
Especial de Fiscalização Móvel do MTE, já está na sua terceira fase.
Ela aponta
que dirigentes da seita teriam aliciado pessoas em sua igreja, em São Paulo, as
convencendo a doarem todos os seus bens para as associações controladas pela
organização criminosa. Para isso, eles teriam utilizado de ardis e doutrina
psicológica, sob o argumento de convivência em comunidades, onde todos os
móveis e imóveis seriam compartilhados.
Assim, esses fiéis teriam sido levados para zonas rurais e
urbanas das cidades citadas, onde teriam sido submetidos a extensas jornadas de
trabalho sem nenhuma remuneração. Os trabalhos eram feitos em lavouras e em
estabelecimentos comerciais, a exemplo de oficinas, postos de gasolina,
pastelarias, confecções e outros serviços. Com a apropriação do patrimônio dos
fiéis, a seita teria acumulado casas, fazendas e veículos de luxo.
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