O levantamento aponta ainda uma consolidação do deputado
Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no segundo lugar das simulações, apontou o presidente
da CNT, Clésio Andrade, e um alto índice de rejeição a todos os nomes
colocados, o que pode favorecer o surgimento de um nome pouco ligado à
política, um "outsider'.
"Um ponto importante nesses dados é que o Lula ganha em
todos os cenários, tanto de primeiro quanto de segundo turno, Jair Bolsonaro
consolida em segunda posição e a situação muito crítica do Aécio (Neves, do
PSDB de Minas), praticamente fora do jogo", disse o presidente da CNT.
Segundo a pesquisa, Lula é o primeiro colocado na resposta
espontânea, com 20,2% dos votos, enquanto Bolsonaro ocupa a segunda posição com
10,9%, seguido do prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), com 2,4%.
Nas perguntas estimuladas, em que nomes pré-determinados são
oferecidos aos entrevistados, Lula também é o que recebe a maior parcela de
votos. No primeiro cenário de primeiro turno, Lula teria 32,4%, seguido de
Bolsonaro com 19,8%, e de Marina com 12,1.
Aécio aparece em quinto lugar com apenas 3,2%, atrás de Ciro
que tem 5,3%. Até um tempo atrás favorito para ser o candidato tucano, o
senador mineiro Aécio chegou a ser afastado do mandato em maio por decisão do
ministro Edson Fachin, do Supremo, após ser gravado em uma conversa com o
empresário Joesley Batista na qual teria pedido R$ 2 milhões para pagar os
advogados que fazem sua defesa em inquéritos na Justiça.
O tucano melhor colocado nas pesquisas é Doria, que angaria
9,4% dos votos na quarta colocação em um cenário de primeiro turno que traz
Lula na liderança com 32,7%, Bolsonaro em segundo com 18,4 e Marina com 12%.
No cenário em que o candidato do PSDB é Alckmin, o
governador paulista também fica em quarto lugar, com 8,7% dos votos. Com 32%,
Lula lidera, seguido de Bolsonaro, com 19,4%, e de Marina com 11,4%.
Nas simulações de segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por
40,5 a 28,5%; Doria, por 41,6 a 25,2%; Alckmin por 40,6 a 23,2% e Aécio por
41,8 contra 14,8%.
A liderança de Lula na pesquisa se dá mesmo após o
ex-presidente ter sido condenado em julho pelo juiz federal Sérgio Moro a 9
anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva no caso envolvendo um tríplex no
litoral paulista.
Ocorre também depois de o ex-ministro Antonio Palocci ter
acusado Lula, no início do mês, de ter se beneficiado diretamente de propinas
da Odebrecht. O ex-presidente diz que é inocente de qualquer ilegalidade.
Rejeição
O diretor executivo do Instituto MDA, Marcelo Souza, atenta
para o fato de que a pesquisa apresenta não só um índice elevado de brancos e
nulos, como também aponta um alto nível de rejeição ao políticos. "É uma
rejeição bem forte com relação à classe política", disse Souza.
Na mesma linha, Clésio argumenta que todos os nomes
colocados apresentam rejeição pessoal acima dos 40 por cento, patamar
considerado complicado para uma eventual disputa de segundo turno.
"Isso é muito complicado... abrindo a possibilidade
para um candidato não político", disse o presidente da CNT. "É uma
situação muito crítica, até desastrosa no sentido político eleitoral."
A pesquisa foi realizada de 13 a 16 de setembro, em 137
municípios, com 2.002 pessoas. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. *Terra
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