Em votação simbólica, o Congresso Nacional aprovou na
madrugada desta quarta-feira, 25, a alteração da meta fiscal que permite um
déficit de R$ 170,5 bilhões nas contas do governo central ao final de 2016. Com
mais de 16 horas de votação, os deputados e senadores votaram ainda 24 vetos
presidenciais que trancavam a pauta.
O projeto aprovado pela Casa inclui R$ 56,6 bilhões de
riscos fiscais, passivos e despesas já contratadas, itens como a possibilidade
de redução do resultado fiscal dos Estados, uma quantia de R$ 9,0 bilhões para
evitar a paralisação de obras do PAC, além de R$ 3,5 bilhões para a Defesa e R$
3,0 bilhões para a Saúde.
A nova equipe econômica conseguiu ainda o
descontingenciamento de R$ 21,2 bilhões. Em março, o time então comandado pelo
ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa pediu o contingenciamento temporário.
O presidente do Congresso agilizou a votação da meta fiscal.
Já de madrugada, Renan evitou a votação dos destaques em separado e, também em
votação simbólica, rejeitou os 15 destaques apresentados.
Com a aprovação da matéria o governo não precisará mais
contingenciar R$ 137,9 bilhões no orçamento deste ano, o que seria impossível
já que a base contingenciável é de apenas R$ 29 bilhões. A equipe econômica
contava com a votação do projeto até o segunda-feira (30) para evitar um
descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que é ex-ministro do
Planejamento e construiu a proposta de mudança fiscal, esteve presente durante
todo o dia e foi um dos primeiros a falar durante a sessão do Congresso. Já
durante a madrugada, Jucá pediu a palavra para rebater críticas que recebeu de
deputados oposicionistas após o vazamento de áudio em que se mostra contra a
operação Lava Jato.
A sessão foi marcada pelas tentativas da oposição de
obstruir a votação. Os deputados oposicionistas, além de atacarem o ex-ministro
do Planejamento, também pediram, diversas vezes, que a mudança da meta fosse
votada na Comissão Mista de Orçamento (CMO). O presidente da Casa precisou
intervir para evitar que a sessão se arrastasse ainda mais.
O relator da matéria, deputado Dagoberto (PDT-MS) encaminhou
um parecer favorável à aprovação e acatou, integralmente, os pedidos do
governo. Durante a leitura do seu relatório ele classificou o déficit de R$
170,5 bilhões de “justo e bom para o País”.
Informações: A Tarde
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