A presidenta Dilma Rousseff assinou nesta quinta-feira (19),
mensagem encaminhando ao Congresso Nacional medida provisória (MP) que prevê a
renegociação de dívidas dos clubes de futebol com a União e propõe medidas para
modernizar a gestão financeira e a responsabilidade fiscal dos clubes.
De acordo com a medida provisória, os clubes poderão
refinanciar as dívidas em 10 ou 20 anos, com regras mais flexíveis nos três
primeiros anos. A estimativa é que a dívida dos clubes com a União esteja em
torno de R$ 3,8 bilhões.
Os clubes terão de manter investimento mínimo nas categorias
de base e no futebol feminino. Essa exigência será regulamentada conforme o
porte e as condições do clube. A definição sobre o percentual mínimo de
investimento nas categorias de base e no futebol feminino deve ser discutida e
definida no Congresso Nacional, informou o subchefe para Assuntos Jurídicos da
Casa Civil, Ivo Corrêa.
A presidenta Dilma Rousseff disse que a legislação proposta
hoje vai além da renegociação das dívidas dos clubes de futebol com o governo.
“Estamos propondo um programa que permita aos clubes superar as dificuldades
financeiras e, ao mesmo tempo, adotar boas práticas de gestão”. disse.
E acrescentou: “Estamos construindo juntos uma boa
oportunidade para todos, [a fim de que possam] saldar suas dívidas e se
[tornem] financeiramente saudáveis. Em troca, queremos a contrapartida, que é
também para melhorar a situação dos clubes”.
A medida provisória prevê ainda que os clubes de futebol
poderão disputar somente competições organizadas por entidades de administração
do desporto ou liga que, entre outras providências, publiquem na internet
prestações de contas, assegurem a existência e autonomia do conselho fiscal e
garantam a representação de atletas nos conselhos responsáveis pela aprovação
de regulamentos das competições.
De acordo com a medida provisória, a regulamentação geral de
competições, a partir de 2016, deverá prever sanções como advertência,
proibição de registro de novos atletas e rebaixamento de divisão para quem
descumprir as regras.
Grupo de trabalho será criado para fiscalizar o cumprimento
das normas previstas e aplicar penalidades, disse o ministro do Esporte, George
Hilton. “Vamos criar no Ministério do Esporte uma entidade que vai fiscalizar
todas essas contrapartidas. Será criado um conselho que terá participação dos
clubes, atletas e agentes do governo. A partir de um decreto que será
[elaborado] nos próximos dias, iremos definir os critérios mais técnicos de
como se darão essas penalidades.”
Outro item tratado é a gestão temerária. Segundo a MP, os
dirigentes podem responder com seus próprios bens pelos danos causados por atos
de gestão irregular ou temerária. Essas normas se destinam a prevenir que um
dirigente de clube assine contrato com empresas que tenham como dirigentes
parentes até terceiro grau para evitar elevação do nível de endividamento da
entidade durante o mandato.
Informações: Agência Brasil
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