A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia
Elétrica (Abradee) estima que o setor precisará investir R$ 25 bilhões para
cumprir, até 2028, parte dos compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção de
Estocolmo.
O tratado, firmado em 2004 e ampliado em 2010, tem por objetivo
proibir produção e uso dos chamados Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). São 21 substâncias químicas que, além da afinidade com
tecidos gordurosos, têm facilidades para se acumular e se espalhar pelo meio
ambiente.
Entre esses poluentes, o askarel – óleo resistente ao fogo – é
bastante usado para condução de energia elétrica em transformadores,
capacitores, reatores, interruptores e cabos elétricos. Em contato com pessoas,
o produto pode causar males como câncer, além de problemas em diversos órgãos.
Se descartado de forma inadequada, pode contaminar o meio
ambiente, em especial o solo, lençóis freáticos e a vegetação. “Em alta
temperatura, o askarel libera um vapor bastante tóxico”, acrescentou Shelley
Carneiro, gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação
Nacional da Indústria (CNI).
Esclareceu que o risco de contaminação ocorre
apenas quando a quantidade é superior a 50 miligramas por quilo de
equipamentos, limite previsto pela Convenção de Estocolmo. De acordo com Carlos Alberto Mattar, superintendente de
Regulação da Distribuição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é
possível que os custos para retirada de circulação do askarel sejam repassados
aos consumidores, caso o governo não encontre outra solução.
Com base em
estudos da Abradee, que, em 2012, contabilizava custo de R$ 13 bilhões para o
setor apenas com logística, aferição, tratamento e descarte do askarel, Mattar
projeta impacto de 44% na receita anual das distribuidoras. “Se [os gastos]
fossem pagos de uma vez, provavelmente resultariam em aumento de 44% nas
tarifas de energia pagas pelos consumidores”, adiantou.
Informações: Agência Brasil
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