A disputa no segundo turno será acirrada. O resultado do primeiro turno foi o seguinte: Dilma 42%,
Aécio 34% e Marina 21%. A primeira pesquisa divulgada depois do primeiro turno
mostra um crescimento acentuado de Aécio, que aparece com 46% das intenções de
voto, e Dilma, 44%.
Nota-se que Aécio cresceu 12% e a candidata à reeleição
apenas 2%. Isso mostra que a capacidade de crescimento de Aécio é bem superior
a de Dilma. O apoio de Marina Silva ao tucano fará com que o eleitor dela
prefira Aécio a Dilma.
Na pesquisa da Istoé/Sensus realizada antes do apoio
oficial de Marina, a diferença aumentou a favor de Aécio, que está com 17 % na
frente. Vamos aguardar os próximos lances, mas, o peessedebista está
demonstrando que com sua proposta de mudança tem maior capacidade de
crescimento do que a petista.
Mais uma vez a virada na Bahia surpreendeu
O governador Jaques Wagner saiu fortalecido das urnas de tal
forma que, se Dilma ganhar, será um dos homens de ouro do governo.
Provavelmente, ocupará um ministério estratégico. As explicações para a virada
são as mais diversas. Mas, a colagem da imagem de Rui Costa a Lula e a
presidenta Dilma foi a estratégia que mais influenciou no resultado, segundo
alguns analistas políticos, mesmo porque na Bahia ela teve 61% dos votos
válidos. Sem dúvida, o peso da máquina influenciou muito, sobretudo nos
municípios da base governista, aonde o peso da máquina influenciou no
resultado.
Em Teixeira, o prefeito foi derrotado
Com o resultado das urnas, o prefeito saiu fragilizado,
porque os seus deputados tiveram poucos votos: Erlita, candidata a estadual,
teve 5.519 votos, e o federal Josias Gomes, 2.402. A chapa governista perdeu
para os adversários. Paulo Souto teve 50% e Rui Costa 41%, para o senado Geddel
teve 45% e Otto Alencar 43%. Enquanto Dilma teve 42%, mais baixo do que a média
baiana, que foi de 61%. Portanto, o prefeito João Bosco foi o grande derrotado
nas urnas e não tem nada para comemorar. O apoio dele serviu para ajudar
derrotar os candidatos que ele apoiou, devido à alta rejeição do seu governo,
que ultrapassa 90%.
Sinais evidentes do abuso de poder
Se compararmos pesquisas feitas em alguns municípios a
poucos dias da eleição com o resultado nas urnas pode-se constatar que houve
uso abusivo do poder. Como exemplo, podemos citar Caravelas, onde a pesquisa
mostrava que os candidatos apoiados pelo prefeito tinham uma pontuação bem
abaixo do que deu das urnas. Mário Negromonte Jr. tinha 25% e obteve 48%,
portanto, cresceu 23%. Marcelo Nilo tinha 11% e fechou com 37%, cresceu 26%.
Isso evidencia a compra de votos na véspera da eleição. Existem vários casos em
que isso ficou patente.
Vitória ou derrota: uma questão de lógica
Perde a eleição quem erra mais e não ganha, quem acerta
mais. Esta é uma lógica da estratégia política e quem ganha não é quem tem o
maior exército ou mais recursos, porém, quem sabe utilizar as estratégias
oportunas de acordo com o momento. No baixo extremo sul da Bahia, cuja sede é
Teixeira de Freitas, teve apenas dois candidatos vitoriosos, um deputado
estadual – Robinho, e outro federal – Uldurico Jr. A principal causa da vitória
de Robinho foi o apoio de Ronaldo Carletto em várias regiões da Bahia, e a de
Uldurico Júnior foi ter o apoio da família Pinto em dois colégios eleitorais
importantes – Teixeira de Freitas e Porto Seguro, além de estar numa coligação
em que precisou de menos de 40 mil votos para se eleger, este foi um feito de
Uldurico Pai, que na realidade se elegeu através do filho.
Por Dilvan Coelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário