domingo, 5 de março de 2017

Estudo médico adverte para sinais ignorados antes de ataques cardíacos


Os primeiros sinais de alerta podem ter sido ignorados nos casos de uma em cada seis pessoas que morreram de ataque cardíaco em hospitais ingleses, aponta um estudo. 

Todos os ataques cardíacos e mortes entre 2006 e 2010 foram analisados pelos cientistas. Pesquisadores do Imperial College de Londres descobriram que 16% das pessoas que morreram tinham sido internadas nos 28 dias anteriores. 

Alguns tinham sinais de alerta como dor no peito. Diante desses resultados, os autores do estudo dizem que mais pesquisas são "urgentemente necessárias".
A pesquisa, publicada na publicação científica Lancet, analisou os registros hospitalares de todas as 135.950 mortes causadas por ataques cardíacos na Inglaterra durante quatro anos. Os dados mostraram que 21.677 desses pacientes não tinham registros de sintomas de cardíaco em seus registros hospitalares. 

"Médicos são muito bons em tratar ataques cardíacos quando eles são a principal causa, mas não tratamos muito bem ataques cardíacos secundários ou sinais sutis que podem apontar para um ataque cardíaco que termine em morte num futuro próximo", disse o médico e autor principal do estudo, Perviz Asaria.

Os autores do relatório dizem que sintomas como desmaio, falta de ar e dor no peito ficaram aparentes até um mês antes da morte em alguns pacientes. Mas eles apontam que médicos podem não ter ficado em alerta para a possibilidade de que esses eram sinais da aproximação de um ataque cardíaco fatal porque não havia danos claros no coração na época.

"Nós ainda não podemos dizer por que esses sinais estão sendo descartados, razão pela qual uma pesquisa mais detalhada deve ser conduzida para recomendar mudanças nesse sentido", disse o professor Majid Ezzati, que também trabalhou no estudo. "Isso pode incluir orientações atualizadas para profissionais de saúde, mudanças na cultura das clínicas ou permitir que os médicos tenham mais tempo para examinar os pacientes e olhar seus registros anteriores."

Para Jeremy Pearson, diretor médico associado ao Instituto Britânico do Coração, os números são importantes. "Essa falha na detecção de sinais de alerta é preocupante. E esses resultados devem levar os médicos a serem mais vigilantes, reduzindo a chance dos sintomas se perderem e, em última análise, a salvar mais vidas." Um porta-voz do Royal College of Physicians disse que o tratamento contra ataques cardíacos é uma das histórias de sucesso da medicina moderna, "mas esse estudo é um lembrete importante de que ainda existem áreas que podemos melhorar".

"Embora muitos ataques apresentem a clássica dor no peito em pessoas que fumam e têm outros fatores de risco para doenças cardíacas, muitos ataques cardíacos não se manifestam desta forma."
"O desafio é diagnosticar com precisão e rapidez todos esses pacientes para que possam ser oferecidos melhores cuidados. A educação da sociedade, dos médicos de família, paramédicos e dos médicos de emergência é essencial se quisermos melhorar ainda mais o atendimento que oferecemos aos pacientes que têm um ataque cardíaco."

Os registros mostraram se a pessoa tinha dado entrada no hospital nas últimas quatro semanas e se os sinais de um ataque cardíaco foram registrados como a principal razão para a admissão hospitalar, uma razão secundária ou se não houve registro.

Sintomas de ataque cardíaco

Dor torácica - sensação de pressão ou aperto no centro do peito
Dor em outras partes do corpo - pode ser sentida como se a dor estivesse viajando do peito para os braços (geralmente o braço esquerdo é afetado, mas pode atingir os dois), mandíbula, pescoço, costas e abdômen

Sensação de tontura

Transpiração

Falta de ar

Sentir-se enjoado (náuseas) ou vomitar

Sensação extrema de ansiedade (semelhante a um ataque de pânico)

Tosse ou chiado

Embora a dor no peito é frequentemente grave, algumas pessoas têm apenas uma dor menor, semelhante a uma indigestão. Em alguns casos, pode não haver qualquer dor no peito, principalmente em mulheres, idosos e pessoas com diabetes. *Fonte: NHS (sistema de saúde britânico

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