segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Manifestantes pedem saída de Dilma em protestos pelo Brasil


Em todos os estados e no Distrito Federal, centenas de milhares de pessoas foram às ruas no domingo (16) exigindo o fim da corrupção e pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Pela primeira vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi também fortemente criticado pelos manifestantes. Assim como nos protestos de março e de abril, a maior manifestação do dia aconteceu em São Paulo. 

Em relação à última, de abril, ela reuniu um número maior de manifestantes. Para o Instituto Datafolha, em abril, 100 mil pessoas participaram do protesto na Paulista, enquanto neste domingo, o instituto contou 135 mil. Para a Polícia Militar, o número foi de 275 mil em abril e 350 mil agora. 
Para os organizadores, o ato tinha 800 mil manifestantes em abril e, agora, entre 900 mil e 1,5 milhão. Em relação aos protestos de 15 de março, os atos reuniram menos gente. Em março, o Datafolha contou 210 mil pessoas na Paulista. A PM e os organizadores, 1 milhão.

Tanto em São Paulo quanto nas outras cidades, o hino nacional esteve presente. Bandeiras do Brasil, verde e amarelo nas roupas e mais uma vez, muito manifestantes nas ruas. As palavras de ordem eram as mesmas das outras duas manifestações: pelo impeachment, contra a corrupção, contra o governo e contra o PT. 

Nas mãos dos manifestantes, muitas panelas fizeram barulho contra a presidente Dilma. Faixas e cartazes apoiaram o juiz Sérgio Moro, que cuida da Operação Lava Jato, e foram contra o ex-presidente Lula. O hino nacional foi repetido de Norte a Sul do país.

Brasília

Em Brasília, os manifestantes foram cedo para a rua. A concentração foi na Esplanada dos Ministérios e seguiu até o Congresso Nacional. Segundo os organizadores, eram 55 mil pessoas, 25 mil, segundo a PM.
O clima seco, o calor e o sol forte não desanimaram os brasilienses que carregavam uma faixa gigantesca pedindo o impeachment. Houve muitas declarações de apoio ao juiz Sério Moro e entre as pessoas, um boneco do ex-presidente Lula vestido como presidiário chamava a atenção. Além da passeata, muita gente participou do protesto de carro.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, o protesto foi na Orla de Copacabana. A Polícia Militar não calculou e os organizadores não se entenderam quanto ao número de manifestantes. Cartazes e faixas pediam o impeachment da presidente. Quem não foi para as ruas, colocou bandeiras nas janelas.
Os cariocas também levaram cartazes contra a corrupção, em favor das investigações da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro. No meio da manifestação um grupo defendeu o governo e o PT e foi muito vaiado. Não houve grandes incidentes, segundo a Polícia Militar.

Minas Gerais

A manifestação em Belo Horizonte começou na Praça da Liberdade e seguiu para a Praça da Savassi. As cores da bandeira do Brasil também eram as preferidas dos manifestantes, 20 mil pessoas, segundo os organizadores, 6 mil segundo a PM. Na capital mineira, os manifestantes repetiram as palavras de ordem pelo impeachment da presidente Dilma, contra o ex-presidente Lula e pelo fim da corrupção.
Ao contrário das outras manifestações, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, desta vez foi para a rua. Ele fez um discurso em um carro de som.
No interior do estado, em Uberaba, a manifestação foi em frente à casa onde moraram os avós da presidente Dilma. Duzentos e cinquenta manifestantes segundo os organizadores, 100 segundo a PM, usaram baldes e vassouras para varrer a corrupção.

Belém

Em Belém, o protesto começou cedo com manifestantes percorrendo as ruas do centro da cidade. Dez mil pessoas segundo os organizadores. A PM calculou 5 mil manifestantes. Eles pediam o fim da corrupção, a redução dos impostos e do desemprego.

Bahia

Na capital baiana uma imensa bandeira com pedido de fora Dilma foi estendida em frente ao Farol da Barra. Os organizadores estimam que 15 mil pessoas protestaram nas ruas de Salvador. A PM calcula que eram 5 mil. Vários cartazes em apoio ao juiz Sérgio Moro e contra o ex-presidente Lula se espalharam ao longo do percurso.

Alagoas

Na orla de Maceió, 15 mil pessoas participaram do protesto, segundo os organizadores, 12 mil, segundo a PM. As palavras de ordem eram contra a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.

Recife

No Recife, os protestos contra a corrupção e o governo reuniram 50 mil pessoas, segundo os organizadores. A PM não calculou. Os manifestantes pediram o fim da corrupção e levaram para a rua um imenso boneco do juiz Sérgio Moro, nos moldes dos bonecos de Olinda. Uma banda de frevo acompanhou tudo.

Paraná

O impeachment também foi o pedido dos manifestantes de Curitiba. Tanto os organizadores quanto a Polícia Militar calcularam a participação de 60 mil manifestantes. Em clima pacífico, as pessoas pediram a saída da presidente Dilma e recolheram assinaturas em apoio a um projeto do Ministério Público contra a corrupção. Uma enorme faixa saudava a Operação Lava Jato e vários manifestantes aproveitaram uma estátua do juiz Sérgio Moro para fazer selfies.

Outras capitais

O domingo foi de protesto também em várias outras capitais. Cartazes e faixas pediram o impeachment da presidente Dilma e o fim da corrupção.

São Paulo

Em São Paulo, os caminhões de som passaram por uma vistoria de segurança da Polícia Militar e seguiram em comboio para a Avenida Paulista, por volta de 12h. Lá se reuniram com manifestantes que foram de moto, fantasiados e com instrumentos musicais. Ainda durante a concentração, um homem tentou defender a presidente Dilma Rousseff. Os manifestantes tomaram o cartaz e ele teve que ir embora.
Às 14h, começava a chegar mais gente para participar da manifestação na Avenida Paulista. Era esse o horário marcado para o início do protesto, que foi aberto com o hino nacional.

Em bandeiras e cartazes, protestos eram contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. O pedido de impeachment apareceu em faixas e dividiu opiniões entre quem foi para a rua.
Teve protestos também contra a corrupção, contra quase todos os políticos e apoio ao juiz Sérgio Moro, que conduz o processo da Operação Lava Jato.
A manifestação contou com a presença de políticos. As duas pistas da Paulista ficaram cheias, estava difícil circular entre a multidão. Mesmo assim a manifestação seguiu sem incidentes.

Às 16h, o protesto ocupou 10 quarteirões da Avenida Paulista. Os grupos organizadores estimaram um público entre 900 mil e 1,5 milhão de pessoas. Segundo a Polícia Militar, foram 350 mil no pico, 75 mil a mais do que em abril. O Datafolha contou 135 mil manifestantes, 35 mil a mais do que no protesto anterior, de 12 de abril.

Repercussão

A presidente Dilma Rousseff não se pronunciou sobre as manifestações que pediram seu impeachment. O ministro da secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, divulgou uma nota em que diz que apenas o governo viu as manifestações dentro da normalidade democrática. Ele foi o único ministro a se pronunciar. O Partido dos Trabalhadores não quis falar sobre as manifestações.

Em relação aos protestos contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e o boneco que o representava vestido como presidiário, o Instituto Lula divulgou nota em que afirma “Lula foi preso na ditadura porque defendia a liberdade de expressão e a organização política. O povo brasileiro sabe que ele só pode ser acusado de ter promovido a melhora das condições de vida e acabado com a fome de milhões de brasileiros, o que para alguns, parece ser um crime político intolerável. Lula jamais cometeu qualquer ilegalidade antes, durante ou depois de seus dois governos”.

Informações: G1

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