terça-feira, 30 de abril de 2013

Jogador do Vasco depõe sobre suposta tortura ordenada por traficante


O jogador Bernardo, do Vasco, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (29) em uma delegacia no Rio de Janeiro. 

Ele chegou à 21ª DP (Bonsucesso) acompanhado de dois advogados e conversou com o delegado José Pedro da Costa por cerca de duas horas. 

O delegado intimou Bernardo a depor como vítima de traficantes que o teriam torturado com choques elétricos e socos. 

Wellington Silva, do Fluminense, que segundo o delegado estaria acompanhando Bernardo, também terá de prestar depoimento. 
O delegado não revelou o teor do depoimento do jogador. “Bernardo dará uma coletiva amanhã (terça-feira)”, afirmou ao jornal Extra. O jogador Wellington Silva, que é nascido e criado na Maré, teria negociado a libertação de Bernardo com os traficantes. José Pedro, porém, disse não ter expectativa de que ele colabore com a investigação. "É cria da favela, tem família lá", disse o policial.

O delegado José Pedro disse que já ouviu a mulher que estava com Bernardo, Daiana Rodrigues. "Eu ouvi a namorada e ela não me forneceu maiores informações sobre o crime. Disse temer por sua família", disse. De acordo com o investigador, a jovem foi baleada com cinco tiros, sendo dois de raspão. Daiana não quis contar aos policiais quem atirou nela e disse que, caso os agentes insistissem, diria que foi vítima de bala perdida. Segundo José Pedro, ela não voltou para casa depois de ter alta. Apavorada, a jovem está escondida e disse que não quer proteção policial.



Horas antes de ser levado por traficantes no Complexo da Maré, o jogador participou de uma feijoada na casa do amigo Evaristo Peres. O atleta do Vasco foi até o local com amigos, mas sem a atual namorada, Monique Braga. Bernardo acabou sendo levado por bandidos a mando de Marcelo Santos das Dores, o Menor P., chefe do tráfico no local, por suspeita de que ele estaria se envolvendo com a namorada do traficante.

O casal teria sido flagrado por bandidos da Favela Salsa e Merengue, de onde foram para uma casa no Morro do Timbau. Lá, teriam sido amarrados com fita crepe, torturados e espancados. Bernardo também teria levado choques elétricos e libertado. Segundo informações do Extra, o traficante pediu desculpas à família de Daiane.

Ele teria dito que atirou nela por causa de uma crise de ciúmes. Menor P é um dos bandidos mais procurados do Rio. O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 2 mil por pistas que levem à prisão do traficante. Ele teve a prisão decretada pela Justiça a pedido da 21ª DP, depois que inquéritos da delegacia confirmaram que ele é chefe do tráfico na Maré.

Em março deste ano, Menor P e outros quatro cúmplices foram condenados a quatro anos de prisão. Ex-integrante da brigada paraquedista, Menor P se tornou se tornou um dos chefões do tráfico depois da morte de Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, baleado numa operação policial em maio de 2012. Com informações da agência O Globo.

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